Mal abriram os portões e os organizadores da 42ª Expoeliete e 15ª Fenasul já estão de olho na edição de 2020. A ideia é concluir os eventos desse ano já sabendo quando serão realizados no ano que vem. O agendamento com tamanha antecedência, preconizado na cerimônia de abertura, nesta quarta-feira (15), no Parque de Exposições Assis Brasil, em Esteio, tem como principal objetivo evitar atropelos.
É que a demora nas definições impede não só que o público geral se organize — colocando as feiras no calendário —, como também provoca correria na captação de recursos. Neste ano, os patrocínios obtidos somam R$ 100 mil, quantia que fica aquém do custo estimado para a organização.
— Não podemos sair dessa feira sem a data da próxima. Por que a Expointer é grande, além da questão da qualidade do evento? Porque todos sabem quando é realizada — afirmou Marcos Tang, presidente da Associação dos Criadores de Gado Holandês (Gadolando), uma das entidades que organizam a Expoleite/Fenasul.
A ideia é ter um período específico estabelecido no ano. Tang entende que o ideal seria a partir do terceiro final de semana de maio. Mas o assunto será debatido em reunião marcada para amanhã (16) com todas as entidades que vêm se integrando às feiras, para buscar o consenso.
— Temos o desafio de, independentemente de quem estiver no governo ou na secretaria da Agricultura, fortalecer a Expoleite e a Fenasul — completou o titular da Agricultura, Covatti Filho.
Outra proposta é fortalecer a participação da indústria de máquinas e implementos agrícolas nos eventos, que ao longo dos anos ficou mais tímida.
E, se os desafios para organizar as duas feiras simultaneamente existem, os do setor que elas colocam na vitrine, o do leite, também. Presidente da Comissão de Exposições e Feiras da Federação da Agricultura do Estado (Farsul), Francisco Schardong chamou a atenção para o fator Mercosul, com impactos também para o arroz e para o trigo que, coincidentemente, realizam eventos nesta semana (a Expoarroz em Pelotas e a Fenatrigo, em Cruz Alta):
— O Mercosul tem judiado essas três cadeias. Se olharmos para a do leite, o pequeno produtor já foi embora. A Expoleite é uma festa, mas faço reivindicação porque o setor precisa de oxigênio novo.
Ainda no quesito manifestação, Leonardo Lamachia, presidente da Federação Brasileira das Associações de Criadores de Animais de Raça (Febrac) saudou a derrubada na Assembleia Legislativa da necessidade de plebiscito para privatização de estatais:
— Precisamos urgentemente reduzir o tamanho do Estado para liberar recursos para aplicar em coisas básicas, como segurança.