Os organizadores bem que tentam manter o otimismo em relação à 41ª Expoleite e à 14ª Fenasul, vitrines do setor leiteiro do Estado e que ocorrem na próxima semana, de 16 a 20, no parque Assis Brasil, em Esteio. A Gadolando projeta a participação de 150 animais, acima do ano passado.
Mas na cerimônia de lançamento, nesta segunda-feira (7), ficou evidente que os eventos estão um pouco órfãos. Falta aquele “abraço” generoso que é dado à Expointer – e que se ensaiou na edição do ano passado, quando o foco foi o público urbano.
Sem a participação da Federação da Agricultura do Estado (Farsul) e com recursos escassos, as feiras ficaram um tanto quanto esvaziadas e chegaram a correr o risco de não sair. A demora na confirmação também inviabilizou atrações como o Pub do Queijo, inovação de 2017.
O alto custo dos produtores – estimado entre R$ 800 e R$ 1,2 mil por animal – para participar da exposição é outro obstáculo a ser superado. São necessários R$ 240 mil para a realização dos eventos. Até o momento, o patrocínio de Badesul, BRDE e Banrisul soma R$ 100 mil.
– Os produtores estão estrangulados. E vir para a feira significa custos – argumenta Jorge Fonseca da Silva, presidente da Gadolando, organizadora da Expoleite/Fenasul, com o governo do RS.
Isso em meio a grave crise que, nos últimos anos, teria feito 25 mil produtores de leite abandonarem a atividade.
A Farsul, que em 2017 coordenou comissão executiva do evento, neste ano decidiu não participar, após apresentar proposta declinada pela Gadolando.
E a dificuldade em obter terneiros também fez o tradicional remate da federação ser cancelado.
É um mero simbolismo, mas até o lançamento da Expoleite/Fenasul, que costumava ganhar espaço no Palácio Piratini, foi feito dentro do gabinete da Secretaria da Agricultura.