Após cinco safras de descompasso entre produção e mercado, o Rio Grande do Sul está prestes a ter a combinação perfeita para o trigo: tempo favorável e mercado valorizado.
A cotação do cereal está em torno de R$ 42, em média 20% acima do preço mínimo da cultura.
– Se nada ocorrer daqui para frente, teremos uma safra com boa produtividade e remuneração – comemora Hamilton Jardim, presidente da Comissão de Trigo da Federação da Agricultura do Estado.
A valorização é resultado da redução da safra no Paraná, maior produtor nacional, e do encarecimento da importação de trigo argentino – em razão da variação cambial.
– Todos os olhos, principalmente os dos moinhos, estão voltados à safra gaúcha – diz Jardim.
A colheita do cereal no Estado foi aberta oficialmente na sexta-feira, durante a 1ª Fenatrigo Tec, em Cruz Alta, no Noroeste.
– Conseguimos aliar esse bom momento da safra com um evento técnico, dentro da universidade, voltado exclusivamente para a tecnologia dos cultivos de inverno – destacou Cristian Zachow, presidente da Fenatrigo.
Com mais de 50% das lavouras em fase de enchimento de grãos, a safra terá o auge da colheita a partir do começo de novembro. A estimativa é de uma produção total de 1,8 milhão de toneladas – quase 50% superior ao resultado do ano passado.