A ineficiência na exploração do modal hidroviário no Rio Grande do Sul está cobrando preço alto. Só a dificuldade de escoamento de grãos no porto de Rio Grande, em razão do assoreamento do canal de passagem, custa entre R$ 1 e R$ 2 por saca de soja embarcada, estima a recém-criada Associação das Hidrovias do Estado. Com a meta de unir forças e fazer propostas finalmente andarem, Farsul, Fiergs, Fecomércio, Federarroz, Associação Brasileira de Terminais Portuários (ABTP) e empresas criaram nesta quarta-feira (16) a entidade.
– Está na hora de tomar a dianteira, de unificar o discurso. A ideia é apresentar modelos sérios – ressalta Wilen Manteli, presidente da associação e da ABTP, acrescentando que o custo logístico no RS representa 19% do PIB.
Uma das primeiras missões será elaborar documento com propostas a serem encaminhadas aos candidatos ao governo estadual. Uma será a de modelo diferente para a dragagem de manutenção em Rio Grande. Pode ser algo semelhante à Argentina, onde é feita concessão para o serviço. Hoje, a execução da limpeza depende da contratação de empresa mediante recursos da União. Mas a burocracia emperra o fluxo – a última obra foi em 2013. E navios não conseguiram sair do porto em mais de uma ocasião.
– Hoje, estamos sem calado no porto, e isso tem custo – diz Gedeão Pereira, presidente da Farsul.
Segundo a associação, por ano, são arrecadados R$ 65 milhões em taxas de acesso aquaviário, mas o dinheiro cai no caixa único do Estado. A meta da entidade é ampliar as 7 milhões de toneladas transportadas por hidrovias no RS. O potencial imediato é de 10 milhões de toneladas por ano.