Assim como nas lavouras a soja ajudou a garantir produção histórica no Estado em 2017, no porto de Rio Grande, os embarques do grão – e do complexo como um todo – permitiram alcançar movimentação total recorde. Foram 41,2 milhões de toneladas, crescimento de 7,8% em relação a 2016. Desse volume, um terço veio das exportações da oleaginosa.
– O complexo soja segue como o principal produto. A informação que temos é de que ainda há grãos armazenados. Devemos escoar neste ano produto colhido em 2017 – observa o superintendente do porto, Janir Branco.
Considerando a vocação agrícola do porto e a projeção de colheita menor na atual safra, dificilmente será possível manter esses resultados em 2018. Dentro do complexo soja, em 2017, o produto em grão foi o único a apresentar aumento de volume, 31,6%. Farelos e óleos tiveram recuo de 17,8%.
Estoques remanescentes de 2016 e espera por melogres preços fizeram com que houvesse movimento maior fora do tradicional período de embarque do grão. Para se ter uma ideia, em janeiro do ano passado, o volume despachado foi 476% maior do que em igual mês de 2016. Da mesma forma, o número de meses em que quantidade superior a 1 milhão de toneladas foi embarcada também foi maior. Setembro, que costuma ser um mês já descendente na movimentação da commodity, não só manteve esse volume, como teve crescimento de 75% em relação ao ano anterior.
Herança indesejada, no entanto, vem da área da infraestrutura. A dragagem de manutenção do canal de passagem do porto, aguardada desde 2015, segue em compasso de espera e, para sair do papel é provável que seja executada em etapas e não na sua totalidade (leia mais ao lado). No ano passado, a não realização da obra fez com que em dois momentos diferentes navios graneleiros não conseguissem sair, causando prejuízos.
– Pela importância que tem para a economia, se fez uma força-tarefa para procurar caminhos para essa questão – afirma Pedro Westphalen, secretário de Transportes.