A falta da dragagem de manutenção paralisou mais uma vez a saída de navios carregados de soja no porto de Rio Grande. Quatro embarcações ficaram paradas de sábado até esta quarta-feira (18) em razão da combinação de maré baixa e assoreamento do canal.
Na tarde, com a mudança das condições meteorológicas, foi possível que os graneleiros zarpassem. Mas a situação poderá se repetir em pleno período de escoamento da safra. A última dragagem de manutenção foi feita em 2013. Em 2015, o governo do Estado chegou a firmar contrato para a realização da limpeza, que será paga com recursos federais, mas a obra acabou não saindo do papel.
No mais recente capítulo dessa novela, a superintendência do porto enviou novo projeto ao Ibama, que prevê a realização da obra em etapas, na tentativa de conseguir a licença ambiental.
A proposta foi entregue no dia 23 de março e prevê a retirada de 2,2 milhões de metros cúbicos de sedimentos. Segundo o superintendente Janir Branco, um técnico do órgão ambiental emitiu paraecer técnico pela autorização:
– É um indicativo de que o Ibama está inclinado a autorizar.
O contrato assinado em 2015 ainda tem validade e a Secretaria Nacional de Portos estaria ajustando a minuta justamente para que a dragagem possa ser feita em etapas.
Embora a expectativa de Branco seja de que a obra saia ainda neste ano, a tendência é de que, mais uma vez, a safra seja escoada sob a ameaça de novas paralisções, conforme as condiçõe de tempo.
No ano passado, em duas ocasiões, embarcações também não conseguiram sair do porto em razão do assoreamento do canal de passagem.