No embalo da Expodireto-Cotrijal, a indústria de máquinas agrícolas teve um desempenho em março melhor do que em fevereiro. Na comparação entre os dois meses houve avanço de 46,8%, com as 3,5 mil unidades negociadas, apontam dados da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea). No primeiro trimestre, no entanto, há um recuo de 19,1% em relação ao mesmo período do ano passado. No comparativo com igual mês de 2017 também foi registrada leve queda, de 1,2%.
Para Claudio Bier, presidente do Sindicato das Indústrias de Máquinas e Implementos Agrícolas do Estado (Simers), os números negativos refletem duas situações. A primeira é a expectativa dos agricultores de que o governo federal reduza as taxas de juro nas linhas de investimento no próximo Plano Safra:
– Com isso, o produtor está segurando as compras.
Bier relata que esteve em Brasília nesta semana, conversando com o ministro da Agricultura, Blairo Maggi, sobre esse tema. Há uma sinalização extraoficial de corte de juro, que ficaria entre 6,5% e 8% – hoje, a faixa é de 7,5% a 9,5%.
Outra situação que também pode estar afetando as vendas é o "nervosismo" do mercado da soja. Ainda assim, a indústria mantém as projeções de fechar o ano com crescimento. No dia 30 deste mês, começa a Agrishow, em Ribeirão Preto (SP). A feira, uma das principais do país, também promete é aposta de bons negócios. Os organizadores estimam alta entre 5% e 8% sobre as propostas do ano passado, que somaram R$ 2,2 bilhões.