Os negócios da 19ª Expodireto-Cotrijal somaram R$ 2,2 bilhões, um aumento de 4% em relação ao ano passado. Desse total, boa parte veio da indústria de irrigação, que ganhou destaque nessa edição entre os produtores gaúchos, por conta da estiagem que castiga a zona sul do Estado. Por outro lado, o bom resultado nas lavouras de grãos do Norte ajudou a alavancar os investimentos em máquinas.
Considerada uma das principais feiras do agronegócio do país, a Expodireto foi encerrada nesta sexta-feira (9), em Não-Me-Toque, com um público recorde de 265,6 mil visitantes em cinco dias de feria – superando as expectativas e os 240 mil do ano passado.
— Atingimos nosso objetivo com a feira. Além de mais visitantes e aumento nas vendas, obtivemos respostas positivas de reinvindicações ao governo federal — disse Nei César Mânica, presidente da Expodireto, referindo-se à possibilidade de revisão da dívida do Funrural e à redução do juro agrícola sinalizada pelo ministro Blairo Maggi em visita à feira.
Com mais de 500 empresas expondo máquinas, sementes, insumos e serviços em 84 hectares, o ambiente da Expodireto foi excelente tanto para os fabricantes quanto ao produtor. Por um lado, possibilitou aos agricultores conhecerem as tecnologias lançadas e ainda comparar equipamentos e preço; e, por outro, colocou a indústria em contato direto com o seu cliente.
— Números são importantes, mas as empresas não vivem de cinco dias de negócios. Tem mais 360 dias para continuar fazendo sua comercialização com os clientes —salientou Mânica.
Carro-chefe da Expodireto, o setor de máquinas já tinha uma projeção de crescimento tanto para a feira – que era maior, de 20%, conforme a Cotrijal – quanto para o ano todo, de até 8%, devido a uma melhora no preço dos grãos, principalmente da soja.
— Como o agricultor está vendendo soja estocada, está tendo capital e aplicará no seu negócio — avalia o presidente do Sindicato das Indústrias de Máquinas e Implementos Agrícolas no Rio Grande do Sul (Simers), Claudio Bier.
Este é o segundo ano consecutivo em que os negócios na feira cresceram, depois de outros dois anos (2015 e 2016) de queda na comercialização. Na avaliação do presidente da Câmara Setorial de Máquinas e Implementos Agrícolas da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), Pedro Estevão Bastos, o aumento significa um reequilíbrio para o setor:
— Não tem euforia e isso não é ruim. Para a nossa indústria, a estabilidade é positiva, porque se consegue ter uma regularidade de matéria-prima e vendas.
No ano que completará 20 anos, a Expodireto ocorrera entre os dias 11 a 15 de março de 2019.
Superlativos da 19ª Expodireto
- 265,6 mil visitantes
- 527 expositores
- 84 hectares de parque
- Mais de 70 países participantes
- R$ 2,2 bilhões comercializados
O BALANÇO DA FEIRA
Como foram os negócios em Não-Me-Toque (mil)
Financiamento de bancos: R$ 1.367.168 (-16%)
Bancos de fábrica: R$ 340.200 (+31%)
Recursos próprios: R$ 170.736 (-10%)
Pavilhão internacional: R$ 328.644 (+722%)
Agricultura familiar: R$ 1.089 (+4%)
Total: R$ 2.207.837 (+4%)