A indefinição do governo quanto ao futuro dos centros de pesquisa da extinta Fundação Estadual de Pesquisa Agropecuária (Fepagro)tem tornado as unidades alvo de furtos e invasões. Parte da estrutura de Maquiné, por exemplo, foi ocupada por indígenas neste ano. Há outros locais tomados e novas ameaças estariam ocorrendo. Como não há decisão sobre o que será mantido e o que fecha, abre-se espaço para o oportunismo de quem entende só a mensagem de que o órgão não existe mais.
O agora Departamento de Diagnóstico e Pesquisa Agropecuária tem, no entanto, pesquisadores que atuam nessas unidades – são 20 áreas e 15 laboratórios vinculados – e aguardam com expectativa o que será feito. Ontem, o diretor do departamento, Adoralvo Schio, apresentou um raio X dos centros ao secretário da Agricultura, Ernani Polo.
– Na próxima semana, devo me reunir com a Secretaria de Planejamento para tratar desse assunto – diz Polo.
Há três grupos de unidades: as que foram doadas por municípios ou por particulares, e que terão de ser devolvidas em razão de cláusula de reversão, as que ficarão sob o guarda-chuva do Estado e as que serão vendidas. Entre as doações, estão as áreas de Tupanciretã, já em processo de devolução, Santa Rosa, Rio Grande e Santa Maria.
A extinção oficial da Fepagro ocorreu em 17 de janeiro. Passados mais de três meses, servidores (que são estatutários) ainda não têm clareza sobre os convênios e as pesquisas.
– Estamos em maio e não houve uma apresentação aos servidores da casa sobre o novo departamento. Está tudo muito confuso ainda – comenta Caio Efrom, chefe de pesquisa do centro de Taquari.
Schio afirma que não pode antecipar algo antes de sair a decisão definitiva. Algumas unidades, que já estavam desativadas, fecharão. É o caso de Santana do Livramento, e Terra de Areia. Quanto mais cedo for desenhada a nova composição, mais dores de cabeça serão evitadas e mais rapidamente as pesquisas poderão ter o ritmo adequado.