Um dos objetivos do governador Eduardo Leite na visita aqui ao Japão era conhecer sistemas de prevenção contra desastres naturais e buscar apoio de instituições do país asiático para implementar medidas no Rio Grande do Sul. Aqui, enfrentam-se terremotos, enchentes e tufões periodicamente. Neste sentido, uma agenda importante foi a reunião com Sachiko Imoto, vice-presidente da Jica, agência de cooperação internacional do Japão.
A instituição contribui há anos com Santa Catarina, que implementou um plano extenso contra inundações. Agora, a Jica está com um projeto piloto no Rio de Janeiro, que pretende replicar em outros Estados brasileiros.
– Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul têm problemas diferentes. Mas, na avaliação de risco, têm coisas em comum – disse Imoto.
Leite relatou à Jica que o Estado enfrentou ao menos 10 eventos climáticos no último ano e que há a preocupação de que ocorram novos.
No Estado vizinho
Em Santa Catarina, a Jica ajuda desde 1982, inclusive financiou projetos hidráulicos para proteção do Vale do Itajaí, conta o diretor de Gestão de Desastres da Defesa Civil catarinense, Cesar Nunes.
– Foram desde supercomputadores com cálculos até outros projetos, como monitoramento e regime de sedimentos no porto, que já somaram R$ 15 bilhões – conta ele, sugerindo que seria uma boa parceria com o Instituto de Pesquisas Hidráulicas (IPH), da UFRGS. – A Jica tem muitas informações.
E há um reflexo econômico desta parceria, relata Nunes.
– Não perdemos o fornecimento de carne de frango ao Japão por esta parceria contínua que temos com o governo japonês.
Minato, em Tóquio
Logo depois, a comitiva gaúcha foi recebida na prefeitura de Minato, uma área de Tóquio conhecida por concentrar embaixadas e as sedes de multinacionais japonesas. Uma das autoridades disse que as mudanças climáticas fazem chover como se "baldes fossem entornados". O local tem o que chama de "lagoa subterrânea" de 3,3 quilômetros, que serve como um "canal de descarga" que enche de água para reduzir o nível do rio Edogawa. As imagens do local podem ser vistas em tempo real pelo canal do YouTube, permitindo que a população monitore a situação. A obra chamou a atenção do governador Eduardo Leite no encontro. Já o coordenador da Defesa Civil do Rio Grande do Sul, coronel Luciano Boeira, achou interessante o uso de inteligência artificial para coletar e agrupar informações espalhadas pelas redes sociais durante os desastres, para ter um cenário dos bairros periféricos. Há uma reserva permanente de kits de alimentos, enquanto são vendidos a preços subsidiados itens como rádio para transmissão de informações em situações de risco e bote salva-vidas.
A coluna faz a cobertura da missão gaúcha à Ásia para Rádio Gaúcha, Zero Hora e RBS TV. Acompanhe aqui o que é publicado em GZH.
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Coluna Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Com Guilherme Jacques (guilherme.jacques@rdgaucha.com.br) e Guilherme Gonçalves (guilherme.goncalves@zerohora.com.br)
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