O Rio Grande do Sul agradece imensamente os sentimentos e a solidariedade, mas mostra que segue com uma economia de potencial gigante, com investimentos sendo retomados, voraz por novos negócios e buscando deixar suas estruturas mais seguras depois da enchente. A reabertura do aeroporto de Porto Alegre foi o principal gancho das conversas em evento com executivos de grandes empresas de atuação nacional e internacional, promovido aqui em São Paulo pelo Grupo RBS na sua iniciativa Pra Cima Rio Grande. Uma reconstrução ainda melhor do Estado foi enfatizada pelo publisher e presidente do Conselho de Gestão da RBS, Nelson Sirotsky. Esteve presente também uma comitiva do governo do Estado, liderada pelo governador Eduardo Leite.
O evento contou com presidentes e diretores de bancos, de empresas de tecnologia, do varejo e da indústria. Várias das companhias, inclusive, já fazem parte do avanço dos negócios gaúchos. Fundador e sócio da CVC, Guilherme Paulus ficou animado com o destaque para a retomada do turismo na Região das Hortênsias, com a volta dos voos no Salgado Filho.
Outro exemplo desta participação foi o diretor-geral da CMPC, Antonio Lacerda. A gigante chilena de celulose anunciou um investimento de R$ 24 bilhões – o maior da história do Rio Grande do Sul –dias antes da inundação e, depois, o reafirmou. Aliás, está para sair uma importante definição para o cronograma do projeto, com a cessão pela União para que o Estado licite um terreno no porto de Rio Grande, no qual a companhia quer instalar um terminal para exportação.
Ainda entre os executivos, estava o presidente da Coca-Cola Femsa, Eduardo Pereyra, que teve sua fábrica severamente atingida em Porto Alegre. A empresa decidiu manter a unidade no bairro Sarandi, mas está reconstruindo a estrutura mais moderna e com mecanismos de prevenção, em um investimento superior a R$ 600 milhões.
A parte do governo
Em força-tarefa nos últimos meses para potencializar negócios de empresas no Estado, o governador Eduardo Leite frisou o fôlego de R$ 14 bilhões que a suspensão da dívida com a União dará para o Estado investir, sem a necessidade do aumento de ICMS proposto no ano passado. Uma parte deste valor poderá ir para subvenção a negócios, desde que tenham relevante impacto econômico. Leite também listou algumas das medidas de prevenção contra novas enchentes e o recurso financeiro disponível para elas, informação essencial para empreendedores que analisam investir no Estado: "a empresa instala o negócio pensando no futuro, que será melhor no Rio Grande". Na semana que vem, aliás, será lançando pelo governo do Estado o Plano de Desenvolvimento.
Nada impacta mais o PIB gaúcho do que as estiagens, bem lembrou o ex-secretário Estadual da Fazenda, Aod Cunha, e elas continuarão ocorrendo com mais frequência. Nesta toada, a coluna questionou no evento o chefe da Casa Civil, Artur Lemos, sobre o que o novo plano prevê. A resposta: "irrigação". Haverá mecanismos de incentivo – e também de retirada de benefícios – a propriedades conforme forem seus indicadores de irrigação.
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Coluna Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Com Guilherme Jacques (guilherme.jacques@rdgaucha.com.br) e Guilherme Gonçalves (guilherme.goncalves@zerohora.com.br)
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