Pleito antigo do setor imobiliário, o FGTS Futuro foi aprovado e começará a funcionar em até 90 dias. Na primeira fase, famílias com renda até R$ 2.640, que compõem a Faixa 1 do Minha Casa Minha Vida, poderão usar os depósitos futuros do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) somados à renda na hora de comprar imóvel. A ideia é ampliar até o teto de R$ 8 mil do programa de habitação popular. Lembrando que este "consignado" do FGTS, como tem sido chamado, só vale para novos contratos.
Há bons impactos, mas também existem riscos. Por um lado, movimentará a construção e o setor imobiliário, pois permitirá que mais famílias comprem, já que a prestação agora só pode comprometer 30% da renda. Os segmentos são grandes geradores de empregos e mexem com a economia de outros, como fábricas, lojas e prestadores de serviços dos mais diversos. Quem compra casa, adquire de revestimentos a móveis e panelas.
Um exemplo: Uma família com renda comprovada de R$ 2.640 pode ter parcela de até R$ 792. Se a prestação do imóvel for R$ 1 mil, os R$ 208 que faltam serão pagos com o FGTS que o empregador depositará.
Aqui, porém, estão os pontos de atenção. Tradicionalmente, se sugere não comprometer mais de 30% da renda com dívidas e, em geral, as famílias já têm outras além da prestação da casa própria. Outro fator: o FGTS funciona como reserva para despesas quando o trabalhador é demitido. Caso ele perca o emprego, não poderá sacar o FGTS usado para pagar o imóvel e terá que pagar as próximas parcelas. A Caixa Econômica Federal pode suspender a cobrança por seis meses e jogar para o saldo devedor, mas o custo do financiamento fica maior. Se não pagar, o trabalhador pode perder o imóvel.
Ou seja, mesmo com o FGTS Futuro, cuidado ao assumir o financiamento muito acima da capacidade de pagamento.
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Coluna Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Com Vitor Netto (vitor.netto@rdgaucha.com.br e Guilherme Gonçalves (guilherme.goncalves@zerohora.com.br)
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