Duas cidades da Região Metropolitana estão, digamos, "sedentas" para receber alguns bilhões dos investimentos gigantes anunciados pelas montadoras de veículos. Uma delas é Guaíba. O prefeito Marcelo Maranata visitou a fábrica da japonesa Toyota em Sorocaba (SP), onde se reuniu com a direção da empresa. Saiu com a expectativa de atrair mais operações para o município gaúcho, no qual está o centro de distribuição em que caminhonetes da marca são finalizadas com mais peças e, depois, nacionalizadas, o que inclui a emissão de nota. Com isso, a unidade já é responsável pela segunda maior arrecadação local de tributos e deve assumir em breve o primeiro lugar, ultrapassando a gigante CMPC, chilena dona da fábrica de celulose.
Maranata acredita que anúncios serão feitos em breve. Há a intenção de nacionalizar também em Guaíba o modelo Hiace, fabricado na Argentina. Outra esperança é entrar na roda de investimentos na Hilux híbrida, que ainda entrará no mercado brasileiro. Antes mesmo de anunciar R$ 11 bilhões e a transferência de produção em São Paulo, a Toyota se reuniu com o vice-governador gaúcho, Gabriel Souza, para pedir incentivo aos carro híbridos semelhante aos 100% elétricos, que são isentos de Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores (IPVA).
Ainda segundo o prefeito, já foi normalizada a liberação das licenças de importação que travavam R$ 1 bilhão em veículos da Toyota nos armazéns de fronteira, devido à greve dos servidores do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama). Maranata acrescenta que outra negociação é feita com o governo federal para que todos os veículos passem a fazer a aduana em Guaíba.
Quem também está de olho no calendário é o prefeito de Gravataí, Luiz Zaffalon, pois a expectativa era de que algum anúncio fosse feito em março pela General Motors (GM), a montadora norte-americana que mudou a história econômica da cidade quando se instalou. Dos R$ 7 bilhões mencionados para o país, a unidade gaúcha pode receber "ao menos uns R$ 2 bilhões", imagina o prefeito. A aposta deve ser também em um modelo híbrido, que funciona com eletricidade e a combustão.
Enquanto ainda não se desenha melhor o futuro da mobilidade urbana, os híbridos ganham espaço. São menos caros do que os 100% elétricos e não precisam depender de eletropostos, cuja disponibilidade nas cidades e rodovias ainda precisam melhorar bastante. Além de Toyota e GM, outras montadoras divulgaram investimentos bilionários no Brasil, com perspectiva de fazê-los em prazo e Estados diferentes. A soma já passou dos R$ 120 bilhões, considerando ciclos já iniciados de aportes.
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Coluna Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Com Vitor Netto (vitor.netto@rdgaucha.com.br e Guilherme Gonçalves (guilherme.goncalves@zerohora.com.br)
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