Enquanto a economia do país recuou 2% em maio com o varejo e o fim de safra, a do Rio Grande do Sul avançou, após ter caído na pesquisa anterior. O Índice de Atividade Econômica Regional do Rio Grande do Sul (IBCRRS), calculado pelo Banco Central e considerado uma prévia do PIB, trouxe crescimento de 0,52% sobre abril, considerado o ajuste sazonal.
O setor de serviços avançou 2%. Foi o que sustentou o resultado, pelos dados do IBGE, já que o comércio vendeu 1,6% menos, com a segunda queda consecutiva. A produção da indústria também recuou, mesmo que tenha sido uma queda leve, de 0,1%.
E na comparação com maio do ano passado, o crescimento do IBCRRS é ainda maior, de 3,69%. O volume de serviços foi destaque, com avanço de 10,4% no Rio Grande do Sul. A maior variação positiva foi a dos serviços de informação e comunicação, seguida por transportes.
Já a indústria gaúcha teve retração de 0,4% frente a maio de 2022, puxada por fabricação menor de coque, produtos derivados de petróleo e biocombustíveis e de produtos de metal. Mas o resultado pior dos setores veio do varejo. A queda de 4,8% foi puxada, principalmente, por tecidos, vestuário e calçados e artigos de uso pessoal e doméstico.
Outras comparações
No acumulado de 12 meses, a economia gaúcha tem avanço de 5,7%. É bem acima do que o crescimento de 3,4% do país. Economista-chefe da Câmara de Dirigentes Lojistas de Porto Alegre (CDL POA), Oscar Frank observa que a estiagem deste ano prejudicou a agricultura novamente, mas foi menos intensa do que no ano passado, o que se reflete nos números com comparação anual.
- Mmesmo com os problemas climáticos, espera-se um aumento da produtividade da safra em comparação com a anterior, de 14,6%. Só que ainda estaremos 28,4% abaixo do valor registrado na safra 2020/2021.
Sobre o desempenho bem positivo de serviços, destaca que é tem ocorrido no mundo todo. O setor tem se saído bem melhor do que o comércio de bens, que inclui o varejo.
- A indústria depende muito de financiamento e sofre com os juros elevados e o desaquecimento da economia global. Já os serviços se beneficiam de alguma demanda reprimida ainda existente e das transformações digitais introduzidas pela própria pandemia - finaliza.
Coluna Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Com Guilherme Gonçalves (guilherme.goncalves@zerohora.com.br)
Leia aqui outras notícias da coluna