Em meio a um encolhimento do varejo brasileiro tradicional, a Shopee espalha centros logísticos no Rio Grande do Sul. Em informação exclusiva passada à coluna, a gigante do comércio eletrônico, de Singapura, conta que terá novas unidades em Caxias do Sul e Gravataí, que se juntam às demais operações recentes, em Santa Maria, Porto Alegre e outra em Gravataí. Ou seja, já são cinco.
O investimento e o número de empregos, porém, não são divulgados. Nem os locais. No caso de Caxias do Sul, sabe-se que será onde ficava o centro de distribuição do Magazine Luiza (mais conhecido agora como Magalu). O objetivo, claro, é ter mais agilidade nas entregas para os clientes gaúchos da plataforma, com mais capilaridade. Os novos espaços funcionam no modelo de última milha, levando o produto do centro de distribuição ao endereço do consumidor.
Ainda conforme a Shopee, o Rio Grande do Sul é o segundo Estado do Sul com mais lojistas registrados no marketplace, mas não informa quantos. A empresa fica com 16 "hubs" na região e um centro de distribuição maior em Campina Grande do Sul, no Paraná. As outras operações ficam em Estados como Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais, Bahia e Pernambuco. As oito unidades desse tipo movimentam, juntas, mais de 1,5 milhão de pacotes diariamente.
Lançada no sudeste asiático e em Taiwan em 2015, a Shopee iniciou suas operações no Brasil em 2019. A empresa faz parte da Sea Limited, que é dona ainda das empresas Garena e SeaMoney.
Polêmica
Shopee e Shein estão no alvo dos varejistas nacionais que alegam concorrência desleal. Até então, pela não cobrança de impostos nas compras feitas nos sites estrangeiros. Mas o debate esquentou com a portaria do Ministério da Fazenda que isentou de imposto de importação de 60% as compras até US$ 50 a partir de agosto. Ficarão apenas os 17% de ICMS. É exatamente o contrário do que vinha sendo negociado por redes brasileiras de lojas.
Em entrevista à coluna em abril, o diretor de Marketing e de Growth (crescimento) da Shopee no Brasil, Felipe Piringer, disse que o impacto para a plataforma e para seus vendedores seria mínimo. Isso porque, segundo ele, mais de 85% das vendas já são nacionais.
Coluna Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Com Guilherme Gonçalves (guilherme.goncalves@zerohora.com.br)
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