Após ter entrado em recuperação judicial, ter falência decretada e revertido a decisão, a Martau conseguiu que os credores aprovassem o seu plano de reestruturação. Tradicional marca e indústria de ventiladores e eletroportáteis de Porto Alegre, a empresa tem uma dívida de R$ 15 milhões e pretende quitá-la com medidas que foram apresentadas. Entre elas, está a venda das fábricas de Alvorada e a de Porto Alegre, o que não significa parar de produzir, enfatiza a empresa.
- A produção será feita em uma unidade alugada, que até pode ser a mesma fábrica de agora. A marca Martau é o maior ativo. Há contatos com importadoras para trazer produtos do Exterior, dentro dos critérios da empresa, para venda aqui no Brasil com a marca - explica o advogado Luciano Fernandes, do escritório Fernandes Machado Business Law, que acrescenta o plano de buscar capitalização por meio de um financiamento coletivo para pagar credores e viabilizar a operação.
Ocorreram ajustes para o plano ser aprovado, como a prorrogação da carência para início de pagamento, mas com redução nos descontos das dívidas. O cancelamento de falência não é comum. Quando ocorreu, o sócio-proprietário, Milton Martins, considerou ter conseguido um milagre, mas sempre se manteve confiante na retomada da empresa.
- A aprovação do plano de recuperação judicial agora destrava várias frentes pelas quais vínhamos atacando - diz Martins, citando formas de busca de capital, a concessão de uso da marca para receber royalties como pagamento e a venda de ativos, como os imóveis.
A Martau foi fundada em 1961 e entrou em recuperação judicial em 2019.
Coluna Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Equipe: Daniel Giussani (daniel.giussani@zerohora.com.br) e Guilherme Gonçalves (guilherme.goncalves@zerohora.com.br)
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