Na sua primeira edição desde 2018, a feira internacional de alimentos Sial Paris chega com o tema "Own the change", que significa "Seja dono da mudança". Além de discussões climáticas e da pandemia, ela acontece em um cenário de impacto da guerra na Europa, com inflação recorde, escassez de energia e risco de crise mundial de alimentos. A coluna veio cobrir o evento com uma comitiva de industriais gaúchos e está atenta a estas pautas.
Assim como a transição energética, que a coluna tanto enfatizou na viagem que fez a Alemanha e Holanda na metade do ano, a transição alimentar deve ser acelerada. Isso faz parte da construção do tema da Sial neste ano. Comer deixa de ter apenas foco o prazer, mas ganham espaço a saúde, a responsabilidade social das empresas e a acessibilidade. Tudo junto, defende Nicolas Trentesaux, presidente da feira:
- A relação com a comida muda e nos obriga a fazer novas escolhas. Há a necessidade urgente de repensar nossa relação com a agricultura, o processamento e distribuição de produtos para entregar uma experiência que seja significativa para o consumidor. Acreditamos que o desempenho dos negócios só faz sentido se levar a melhorias para nossa saúde, nosso meio ambiente e a sociedade como um todo.
A direção da Sial cita uma pesquisa em que 63% dos consumidores entrevistados disseram considerar que comer é um ato cívico, que o conteúdo do prato tem impacto no meio ambiente. E todas as crises citadas - sanitária, de clima e da guerra - impactam nos preços dos alimentos.
O evento é direcionado a empresários, não ao consumidor final. É, portanto, um chamado para que a sustentabilidade nos alimentos seja puxada (e acelerada!) pelo empreendedor. Já antes, mas especialmente agora como cenário mundial agravado pela guerra, que não se espere o cliente exigir para promover a mudança.
* A coluna viajou a Paris a convite da Fiergs.
Coluna Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Equipe: Daniel Giussani (daniel.giussani@zerohora.com.br) e Guilherme Gonçalves (guilherme.goncalves@zerohora.com.br)
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