Além da correria de quem deixou para a última hora para instalar o sistema de geração energia solar, há, agora, a preocupação do consumidor em perder o prazo da isenção total de tarifa para injetar o extra na rede elétrica. É essa energia a mais que garante o crédito para compensar o que é consumido à noite, em dias nublados ou em outros imóveis. O incentivo valerá até 2045 para essas pessoas, mas passará a ser retirado gradualmente para quem solicitar o acesso à concessionária após 6 de janeiro.
O retorno da concessionária de energia não é imediato, e já chegou a ser até mais demorado. A alta demanda também tem se refletido em equívocos na homologação. A Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar), inclusive, fez reuniões com CEEE Equatorial e RGE, as maiores do Rio Grande do Sul, em busca de soluções. Também está organizando um workshop com as integradoras - como são chamadas as empresas que instalam os sistemas de energia solar - para evitar que haja erros nos documentos enviados — o que piora a demora no atendimento.
— Vai muito projeto mal feito, faltando dados, o que faz demorar mais a análise. Estamos a menos de 90 dias da mudança, precisamos trabalhar com várias frentes para atender os consumidores — explicou Mara Andréa Schwengber, coordenadora estadual da Absolar, em entrevista ao Gaúcha Atualidade, da Rádio Gaúcha.
Quanto ao prazo, atente-se de que é preciso que os documentos estejam totalmente corretos até lá. Caso haja algum problema e informações tenham de ser reenviadas depois de 6 de janeiro, o cliente já perde o benefício, alerta Mara:
— O projeto encaminhado com erro não será aprovado, e o consumidor vai ficar sem o direito adquirido. Quanto antes ele fizer o envio, maior segurança.
Depois do projeto homologado, os usuários têm quatro meses para conectar o sistema na rede elétrica, diz ela. Aqui, a grande reclamação dos consumidores ocorre principalmente porque começam a pagar o financiamento com o banco sem contar ainda com o abatimento na conta de luz porque há demora por parte da concessionária. A demanda é alta, equipes estão enxutas e também, às vezes, falta o relógio bidirecional que precisa ser instalando para marcar a energia que sai e a que entra. Mas, neste momento, enfatiza a coordenadora da Absolar, o mais importante é encaminhar o pedido e garantir o benefício.
A retirada gradual do benefício foi aprovada no final do ano passado, no que ficou conhecido como marco legal para a microgeração e a minigeração distribuída de energia. Foi dado esse prazo de um ano após a sanção da lei para que os consumidores garantissem o direito. Deixará de ser atrativo o investimento em energia solar depois disso? Não, só vai demorar um pouco mais para recuperar o investimento feito na compra do sistema.
Veja mais trechos da entrevista, e a íntegra no final da coluna:
Qual parte exatamente do processo precisa ser feita até 6 de janeiro?
É preciso encaminhar toda a documentação correta à concessionária. Depois da aprovação, pode ser feita a instalação, a vistoria e a conexão com a rede elétrica. Então, normalmente temos quatro meses para fazer a solicitação e conexão do sistema na rede.
Quais são os passos até o momento do protocolo?
Primeiro ponto é procurar uma empresa de energia solar que fará a análise da conta de luz, do telhado, o estudo da potência necessária e fará um orçamento. Isso normalmente vai levar uma semana, 10 dias. A partir disso, a empresa encaminha o projeto.
Como escolher a empresa entre tantas que entraram no mercado?
O fator preço é sempre levado em consideração, mas não é um investimento baixo. É necessário que o consumidor busque informações sobre a empresa, consulte um cliente que já tenha feito o investimento com ela, pesquise na internet a marca dos equipamentos. Procure saber como é a assistência técnica e o pós-venda, que são pontos muito importantes.
Se a pessoa tem o sistema instalado, mas vai se mudar, ela começa do zero ou transfere o benefício?
A usina está conectada com uma unidade consumidora. Se ela se mudar, levar o sistema e conectar em outra, terá que fazer um novo projeto e vai entrar dentro da nova regra. Assim como as ampliações: se já tem o sistema instalado, e daqui um ano vou fazer uma ampliação, também entra na nova regra.
Coluna Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Equipe: Daniel Giussani (daniel.giussani@zerohora.com.br) e Guilherme Gonçalves (guilherme.goncalves@zerohora.com.br)
Leia aqui outras notícias da coluna
Experimente um jeito mais prático de se informar: tenha o aplicativo de GZH no seu celular. Com ele, você vai ter acesso rápido a todos os nossos conteúdos sempre que quiser. É simples e super intuitivo, do jeito que você gosta.
Baixe grátis na loja de aplicativos do seu aparelho: App Store para modelos iOS e Google Play para modelos Android.