Bons ventos sopram para Rio Grande, no sul do Estado. Pela primeira vez, será analisado na superintendência da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) o plano de transferência do projeto de um complexo de energia bilionário na região. A usina, que conta também com terminal de regaseificação e um píer para os navios, era um plano da Bolognesi, que perdeu a outorga por não cumprir prazos. O grupo espanhol Cobra quer assumi-lo, mas devido ao atraso da primeira empresa, o requerimento para mudança foi negado sem ter tido a proposta analisada. Há, todavia, um recurso administrativo tramitando.
Em paralelo, o governo do Estado abraçou o projeto. Nesta quinta-feira (13), o governador Ranolfo Vieira Júnior esteve com sua equipe novamente na Aneel. No grupo, estava também o procurador-geral do Estado, Eduardo Cunha da Costa, que saiu bastante otimista do encontro, especialmente pela sinalização do relator do processo, o diretor-geral Hélvio Guerra.
— Ele se mostrou muito sensível à relevância do projeto. Não está decidido ainda, mas está bem sinalizado — comenta Costa.
Na solicitação de análise enviada a superintendência, a diretoria da Aneel pede parecer sobre “se restam demonstradas a viabilidade da troca de controle e o benefício dessa medida para o sistema e consumidores”.
Caso haja parecer positivo das superintendências, o relator e talvez até mesmo os demais diretores precisam retomar a outorga de geração de energia à usina e autorizar a transferência ao Cobra, explica o jurista Gustavo Loureiro, especialista no setor elétrico que fez o relatório do Cobra para solicitar à Aneel uma revisão da sua decisão. É mais uma etapa para sair do papel o projeto esperado há mais de 10 anos pela metade sul do Estado.
Se confirmado, será o maior investimento privado da história do Rio Grande do Sul. O aporte de R$ 6 bilhões inclui a térmica a gás natural, o terminal de regaseificação e o píer para os navios. Em março, recebeu da Fepam as principais licenças ambientais.
Tanta demora muda a conjuntura econômica. A guerra no leste europeu fez disparar o preço do gás natural. Segundo Loureiro, isso reforça a importância do complexo para o Rio Grande do Sul, pois da flexibilidade para receber o gás líquido em navios e regaseificá-lo no terminal próprio.
Coluna Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Equipe: Daniel Giussani (daniel.giussani@zerohora.com.br) e Guilherme Gonçalves (guilherme.goncalves@zerohora.com.br)
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