A Corsan anunciará nesta manhã um mecanismo para que a tarifa de água não tenha reajustes acima da inflação até 2027, os chamados "aumentos reais". Em conversa rápida com a coluna antes de uma cerimônia no Palácio Piratini, o presidente Roberto Barbuti disse que esse compromisso fará parte dos contratos com os municípios e será aplicado pelas agências reguladoras. Segundo ele, a inflação usada como parâmetro é o IPCA, que é o índice oficial do país e mede preços ao consumidor.
- Trabalhamos a partir da tarifa atual, que é composta dois terços de repasse de custos e um terço para remuneração de investimentos. Como vamos dobrar a base de ativos, a tarifa aumentaria. Prevendo isso, contratamos consultorias para identificar o que alcançaríamos de eficiência, fazer as planilhas e confirmamos a minha percepção de que o aumento para sustentar os investimentos poderia ser neutralizado por maior eficiência e redução de custos - explicou o presidente da Corsan.
Barbuti havia dito em entrevista à coluna ainda em setembro que a ferramenta estava em estudo. Na ocasião, a coluna perguntou sobre como a privatização da companhia influenciaria a tarifa de água, que é a principal dúvida dos leitores. Ao mesmo tempo em que se espera maior eficiência da compradora da Corsan, ela também terá uma demanda grande de investimentos a fazer. Segundo Barbuti, em 2027, será feita, então, uma revisão ordinária da tarifa:
- Mas será um ajuste modesto pelas nossas projeções, buscando o equilíbrio econômico-financeiro.
Na metade do ano, a companhia aumentou em até 12,19% as tarifas, o que, na ocasião, representava quase o dobro da inflação geral para o consumidor. O cronograma de governo prevê privatizar a Corsan em fevereiro de 2022, por meio da venda de ações na bolsa de valores. O anúncio do mecanismo da tarifa será feito em um evento hoje para assinar aditivos de contratos com municípios e protocolos de intenção.
Colunista Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Colaborou Daniel Giussani (daniel.giussani@zerohora.com.br)
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