Estimativas têm apontado que o lucro do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) caiu bastante em 2020. Considerando os dados mais recentes disponíveis, até novembro, o montante recuou de R$ 11,7 bilhões, registrados em 2019, para R$ 6,9 bilhões. Ou seja, queda aproximada de 40%.
A queda é resultado, também, da pandemia. Houve aumento do desemprego, elevando saques e reduzindo depósitos. Além disso, as medidas do governo federal de combate à crise incluíram aumento dos saques e fim de multa adicional em caso de demissão.
Além de um investimento menor pelo governo federal em outros projetos como na habitação e saneamento, o efeito dessa queda no lucro do FGTS será sentido na remuneração para os próprios trabalhadores. Isso porque parte do ganho alcançado pelo fundo de garantia tem sido distribuída na própria conta das pessoas, fazendo parte da rentabilidade do dinheiro aplicado no fundo.
Com a distribuição do lucro de 2019 do FGTS, realizada desde 2017, o retorno das cotas do FGTS foi de 4,9%, ou seja, acima da inflação e superior à rentabilidade da poupança. O dinheiro foi pago em agosto de 2020, quando o trabalhador recebeu R$ 1,90 para cada R$ 100 que tinha na conta no fechamento do ano anterior.
Na ocasião, foram distribuídos R$ 7,5 bilhões, metade do total. Esse lucro é obtido pelo governo federal ao usar o recurso do FGTS para investimentos. Até 2016, o dinheiro ficava com o poder público.
A distribuição dos lucros do fundo de garantia é autorizada - ou não - pelo conselho curador do FGTS. Também precisa ser definida a parcela que é dividida entre as contas. Ainda se perspectivas claras sobre como o impacto da pandemia na economia estará na metade do ano, não se projeto ainda em quanto deve ficar essa distribuição.
Colunista Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Colaborou Daniel Giussani (daniel.giussani@zerohora.com.br)
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