Dos restaurantes gaúchos, 66% fecharam setembro com prejuízo. A média nacional foi de 53%. O dado faz parte de um levantamento da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes no Rio Grande do Sul (Abrasel-RS), que antecipou algumas informações à coluna. Dos entrevistados, sete em cada 10 são lojas de rua e 91% são micro ou pequenas empresas.
Além disso, o faturamento decepcionou 56% dos empresários do setor da gastronomia. São muitos números, mas a coluna destaca ainda que 68% das empresas estão com receita inferior à metade do mesmo período do ano passado, base de comparação sem pandemia.
Em outro questionamento, apareceu que 40% esperam equilibrar o caixa em até seis meses. Outros 28% projetam fazê-lo em até um ano.
Um bom dado que vai contra alguns discursos: apenas 3% tentaram, mas não conseguiram tomar empréstimos com bancos. Provavelmente, aqui tenha influência do Pronampe, programa nacional de crédito a juro reduzido para micro e pequenas empresas com garantia do governo federal. A pesquisa mostra ainda que 85% fizeram empréstimos para manter os negócios na pandemia.
Para fechar, mais um dado que a coluna vê como positivo: 63% dos bares e restaurantes não pretendem contratar funcionários neste ano. Mas qual a informação positiva nisso? Indica que o restante pode estar cogitando aumentar o quadro de trabalhadores. Dadas as circunstâncias enfrentadas pelo setor, é um bom sinal.
A recuperação do setor já começou, diz a presidente da Abrasel-RS. Mas Maria Fernanda Tartoni pondera que o Rio Grande do Sul iniciou o processo mais tarde do que o resto do país.
- Ainda existe um medo do consumidor e o rendimento acaba não sendo como antes. Estamos fazendo campanhas que mostrem ser seguro ir a restaurantes - diz ela.
Em Porto Alegre, a reabertura da gastronomia para atendimento presencial começou em agosto. No entanto, a empresário conta que boa parte adiou para novembro.
Colunista Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Colaborou Daniel Giussani (daniel.giussani@zerohora.com.br)
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