Fundada em 1960, a Giovelli Indústria de Óleos Vegetais teve falência decretada. A empresa estava em recuperação judicial desde 2015, mas a quebra foi solicitada agora pelo descumprimento do plano de reestruturação. A primeira parcela já não tinha sido paga em dezembro de 2019 e não havia capital de giro para quitar a próxima, que vence no mês que vem.
- A alta forte no preço da soja deixou ainda mais inviável a continuidade do plano de recuperação judicial - contou à coluna o administrador judicial Luciano José Giongo, do escritório Andreatta & Giongo Consultores Associados.
A empresa tem mais de 2 mil credores, de funcionários a instituições financeiras. Na época do pedido de recuperação judicial, o endividamento alcançava R$ 650 milhões. Depois, com as negociações, foi reduzido para R$ 220 milhões. No entanto, subirá novamente agora com a falência decretada e deve atingir o patamar anterior, estima o administrador judicial. Os valores ainda são calculados, já que incluem as dívidas contraídas durante os últimos anos de operação.
A empresa tem sede em Guarani das Missões e outras quatro unidades na região. A sede acabou de ser alugada por outra empresa que atua no processamento de grãos, o que deve ajudar a pagar dívidas, comenta o administrador judicial.
- São 108 empregos que estamos tentando preservar na sede. Além disso, também pretendemos pagar as verbas dos trabalhadores sem necessidade de reclamatórias trabalhistas - conta Giongo.
As demais unidades da Giovelli praticamente não funcionavam mais. O trabalho agora será buscar recursos com os ativos da empresa, negociando até mesmo com empresas de fora do país. O dinheiro irá, prioritariamente, para pagamento de dívidas trabalhistas, como tradicionalmente ocorre em casos de falência.
Em 2014, empresas do agronegócio enfrentaram uma crise forte. Outras companhias também pediram recuperação judicial. Uma delas é a Camera, mas que, com sucesso, sairá do processo em breve, informa Luciano Giongo.
- A empresa está faturando R$ 3 bilhões, o triplo de antes.
Colunista Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Colaborou Daniel Giussani (daniel.giussani@zerohora.com.br)
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