A gasolina subiu nas últimas semanas, alguns alimentos estão bem mais caros e agora até as passagens aéreas voltaram a ter aumento de preço já que ocorre uma retomada de voos. A coluna sabe como isso afeta a percepção sobre preços e, claro, o bolso do consumidor. Mas a inflação está baixa mesmo assim. Em agosto, ficou mais alta do que no mesmo mês dos últimos três anos, mas foi menor do que em julho. Ou seja, desacelerou. Além disso, no acumulado de 12 meses, fica em 2,44%, o que é quase a metade da meta de 4% do governo federal para 2020.
Isso porque ainda há alimentos ficando mais baratos, as escolas estão dando descontos nas mensalidades, prestadores de serviços não conseguem aumentar valores com a clientela em crise, além da queda de preços em itens como roupas e calçados, já que as lojas tiveram que liquidar o estoque após semanas fechadas na pandemia. Relembre: Quais despesas estão, há semanas, com deflação para o consumidor de Porto Alegre
A inflação é uma média e costumamos sentir mais conforme aquilo que consumimos. Altas nos alimentos, claro, preocupam porque atingem mais as famílias de baixa renda que comprometem mais do orçamento com a compra de comida. Além disso, ela mede a variação nos preços e não, necessariamente, aponta que as coisas estão caras ou baratas. A percepção de custo de vida também está ligada diretamente à nossa renda, o que não é o forte do trabalhador brasileiro.
Como é calculada a inflação?
O IBGE e outros institutos de pesquisa têm uma lista de produtos e um modelo de gastos da família média brasileira. Cada item tem um peso diferente no cálculo do índice, conforme ele pesa no orçamento das pessoas. Todas as semanas, os preços são monitorados. Uma alta de 5% no leite, importante item da alimentação, representa muito mais na inflação do que um aumento de 20% no caderno, com o que as famílias gastam pouco da renda da casa.
Por que sigo achando que está tudo caro?
Temos no país institutos de pesquisa confiáveis e que calculam a inflação paralelamente ao índice oficial do IBGE, o que permite fazer a comparação. É preciso lembrar que o índice considera uma família média e que, talvez, não seja igual ao seu consumo. Acredito que você percebeu que o preço da gasolina caiu no início da crise, várias escolas também reduziram as mensalidades e também deve conhecer alguém que passou a cobrar mais barato por um serviço para manter a clientela. A carne estava mais cara no ano passado e o leite chegou a custar quase R$ 5 o litro em uma entressafra de poucos anos atrás.
O que é inflação pessoal?
Os educadores financeiros costumam orientar para que façamos a nossa inflação pessoal. A dica nada mais é do que pesquisar preços para pagar menos pelos produtos, substituir itens do orçamento ou adiar gastos. É possível, com isso, ter uma deflação familiar enquanto os índices apontam alta de preços.
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Preços em Porto Alegre
A região metropolitana de Porto Alegre está com a menor inflação do país. A pesquisa do IBGE considera 16 regiões. Considerado a inflação oficial do país, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) acumula +2,44% em 12 meses. Já aqui no Rio Grande do Sul, o indicador fica em +1,79%. O instituto pontuou, principalmente, a conta de luz e a gasolina, que até está subindo agora, mas caiu bastante no início da pandemia.
- A energia elétrica teve variação de -7,50% e a gasolina, -3,23% em Porto Alegre no último ano. Vale lembrar que vários componentes afetam o resultado da energia elétrica, como a tarifa por kwh, a contribuição de iluminação pública, as alíquotas de imposto e a bandeira tarifária - explica Pedro Kislanov da Costa, gerente do Sistema Nacional de Índices de Preços ao Consumidor (SNIP), do IBGE.
Colunista Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Colaborou Daniel Giussani (daniel.giussani@zerohora.com.br)
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