A inflação para o consumidor de Porto Alegre avançou nas pesquisas do IBGE e da Fundação Getúlio Vargas. O IPCA-15, do IBGE, apontou alta de 0,30% para 0,41% de agosto para setembro. A FGV trouxe avanço de 0,33% para 0,67% no IPC-S. Ambos são indicadores que medem a variação de preços nos 30 dias anteriores.
Na lista do que mais pressiona a inflação para cima aqui, estão: gasolina, passagem aérea, leite, óleo de soja, tomate e cenoura. Na outra ponta, as quedas mais intensas ou que mais pesam nos cálculos são: cebola, batata, roupas e itens de maquiagem ou cuidados com a pele.
Um alerta para as mensalidades escolares. Como não é normal haver reduções na metade do ano, os descontos dados pela suspensão das aulas presenciais seguraram a inflação. Por outro lado, com a volta as aulas, as instituições de ensino podem voltar a cobrar a mensalidade inteira, o que terá reflexo nos indicadores de preços.
No acumulado de 12 meses, a inflação da Região Metropolitana de Porto Alegre fica em 2,10%. É a menor entre os locais pesquisados pelo IBGE. Segundo o instituto, considerado esse prazo mais longo, a capital gaúcha teve queda na conta de luz e no preço da gasolina.
Como se calcula a inflação
A inflação é uma média e costumamos sentir mais conforme aquilo que consumimos. Altas nos alimentos, claro, preocupam porque atingem mais as famílias de baixa renda que comprometem mais do orçamento com a compra de comida. Além disso, ela mede a variação nos preços e não, necessariamente, aponta que as coisas estão caras ou baratas. A percepção de custo de vida também está ligada diretamente à nossa renda, o que não é o forte do trabalhador brasileiro.
Como é calculada a inflação?
O IBGE e outros institutos de pesquisa têm uma lista de produtos e um modelo de gastos da família média brasileira. Cada item tem um peso diferente no cálculo do índice, conforme ele pesa no orçamento das pessoas. Todas as semanas, os preços são monitorados. Uma alta de 5% no leite, importante item da alimentação, representa muito mais na inflação do que um aumento de 20% no caderno, com o que as famílias gastam pouco da renda da casa.
Por que sigo achando que está tudo caro?
Temos no país institutos de pesquisa confiáveis e que calculam a inflação paralelamente ao índice oficial do IBGE, o que permite fazer a comparação. É preciso lembrar que o índice considera uma família média e que, talvez, não seja igual ao seu consumo. Acredito que você percebeu que o preço da gasolina caiu no início da crise, várias escolas também reduziram as mensalidades e também deve conhecer alguém que passou a cobrar mais barato por um serviço para manter a clientela. A carne estava mais cara no ano passado e o leite chegou a custar quase R$ 5 o litro em uma entressafra de poucos anos atrás.
O que é inflação pessoal?
Os educadores financeiros costumam orientar para que façamos a nossa inflação pessoal. A dica nada mais é do que pesquisar preços para pagar menos pelos produtos, substituir itens do orçamento ou adiar gastos. É possível, com isso, ter uma deflação familiar enquanto os índices apontam alta de preços.
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Colunista Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Colaborou Daniel Giussani (daniel.giussani@zerohora.com.br)
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