Não sei vocês, mas eu estou tensa para a semana que vem. Como jornalista, estou projetando ter pautas difíceis ou de alívio, mas, principalmente, como cidadã de Porto Alegre. Isso porque será quando veremos, nos indicadores de saúde, o impacto da reabertura das atividades econômicas, que começou pouco antes do Dia dos Pais. Pelo comportamento do coronavírus, a prefeitura de Porto Alegre diz que o reflexo pode ser considerado a partir deste domingo (23) e seguindo nos dias seguintes.
Existe o medo intenso de avanço do coronavírus, mas a economia local estava estrangulada. Equilibrar isso tem sido um desafio desde março, dificilmente com a certeza de que as decisões são corretas. Há dados aos montes. Às vezes, usados de forma a comprovar o que se defende e não o contrário, como seria o usual em estatística. As semanas têm sido tensas para todos, com as divergências, as longas negociações, decisões judiciais, insegurança, dúvidas, pressões e as interpretações mais diversas possíveis. Em paralelo, há o processo de impeachment do prefeito de Porto Alegre, Nelson Marchezan Junior.
Acompanho com atenção os materiais dos colegas de GaúchaZH Daniel Scola e Paulo Germano, que acompanham os indicadores da pandemia e a ocupação dos hospitais. Há bons sinais, mas sem a segurança ainda de que são sustentáveis. Somos jornalistas, informamos, mas também torcemos que nosso futuro seja de avanços positivos, mesmo que um passo de cada vez. E também compartilhamos o temor de um novo retrocesso como ocorreu em junho.
A volta começou com o comércio abrindo três dias antes do Dia dos Pais e liberação para outras atividades, como salões de beleza. Na semana seguinte, outros setores voltaram, como a construção civil. Nesta semana, houve a autorização para funcionamento de segunda a sexta-feira, com um horário diferente para lojas de shoppings, como tinha sido solicitado na reunião. Por mais que esteja clara a intenção de abrir cada vez mais, é preciso que a doença não volte a emperrar isso.
O varejo pede a liberação para funcionar sábado. O leitor da coluna já leu e releu as ponderações da prefeitura de Porto Alegre sobre o dia pelo potencial de grande de circulação de pessoas e, portanto, do vírus. Mas pode ser o próximo passo. Quem sabe um passo a ser dado a partir dos indicadores da semana que vem?
O comércio argumenta que não é ele o culpado pelo vírus porque adotou protocolos até mais restritivos do que os das autoridades. A construção diz que o trabalhador aprende na obra a se cuidar e leva o ensinamento para casa. Tomara. Estamos todos cansados e sonhando com a vida como era antes, e que nem sempre valorizada. Enquanto isso, não deixo de me impressionar com a resiliência e criatividade de algumas empresas. Não precisávamos aprender assim. Mas já que a pandemia nos atropelou, vamos tentar tirar algo de bom de tudo isso.
Colunista Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Colaborou Daniel Giussani (daniel.giussani@zerohora.com.br)
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