As vendas de Dia das Mães devem ser 28,1% menores no Rio Grande do Sul em 2020. A estimativa é do economista Fabio Bentes, da Confederação Nacional do Comercial (CNC). O dado enviado para a coluna considera a comercialização em volume.
O tombo se deve às restrições impostas pela pandemia, claro. Além do impacto na renda das famílias, o que afeta a capacidade e a segurança em consumir. Na média nacional, a queda deve ser de 59,2%, segundo o economista. Os piores resultados são esperados para o Nordeste, chegando a 74,2% no Ceará. A adoção de opções alternativas, como venda pela internet com delivery ou retirada em drive-thru, não é suficiente para sustentar as vendas, avisam entidades de comércio.
O Dia das Mães é a segunda principal data oficial para o varejo, atrás apenas do Natal. Em geral, as lojas que mais sofrerão são as de confecções, já que roupas e calçados costumam liderar a lista de presentes. Eletrodomésticos e móveis aparecem logo depois entre os segmentos mais impactados.
Aqui no Rio Grande do Sul, municípios flexibilizaram o funcionamento do comércio nos últimos dias. No caso de Porto Alegre, microempresas, com faturamento de até R$ 360 mil ao ano, foram autorizadas a abrir nesta terça-feira (5).
Lojas de médio e grande porte, além dos shoppings, seguem com a proibição de funcionamento, exceto se forem atividades essenciais. Uma reunião à tarde passada entre representantes de shoppings e o prefeito Nelson Marchezan Júnior terminou sem um avanço para os empresários. Uma fonte da coluna disse que o prefeito está "irredutível" e não aceitou nem mesmo a instalação de drive-thru nos shoppings da Capital. O sistema para retirada de mercadorias tem sido colocado em centros de compras da Região Metropolitana. Aliás, há ainda um receio de que o consumidor de Porto Alegre acabe indo às compras nestes estabelecimentos, que foram abertos nos últimos dias.
Marchezan tem dito que a abertura será lenta e gradual. Em diversas ocasiões, repete que o efeito de uma flexibilização é sentido 15 dias depois, fazendo referência ao tempo de aparecimento da covid-19 após a contaminação pelo coronavírus.
Colunista Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Colaborou Daniel Giussani (daniel.giussani@zerohora.com.br)
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