O comércio do Rio Grande do Sul acumula perdas de R$ 6,63 bilhões em vendas desde o início da pandemia. O levantamento é da Confederação Nacional do Comércio (CNC) e considera as últimas cinco semanas. No país, a conta do prejuízo da covid-19 já chega a R$ 86,4 bilhões.
As regiões Sul e Sudeste concentraram 70% das perdas de receita do varejo. Em números absolutos, São Paulo tem o maior prejuízo: R$ 26,58 bilhões. Depois, Minas Gerais (R$ 6,90 bi) e, então, o Rio Grande do Sul em quarto, seguido por Rio de Janeiro (R$ 6,55 bi) e Santa Catarina (R$ 6,26 bi).
O valor total do país equivale a um encolhimento de 39% no faturamento do comércio. A CNC estima, ainda, que a crise tem potencial para eliminar 28% dos empregos formais no setor, o equivalente a 2,2 milhões de vagas, em um intervalo de até três meses. Pesquisa da Associação Gaúcha para Desenvolvimento do Varejo (AGV) apontou que quatro em cada dez lojistas do Rio Grande do Sul precisarão demitir na crise.
As perdas mais expressivas, claro, se concentraram nos segmentos varejistas especializados na venda de itens não essenciais. Representam R$ 78,27 bilhões do total do país. Alimentos e medicamentos perderam receita em uma intensidade muito menor, mas perderam.
A estimativa cruzou as informações históricas das pesquisas de comércio do IBGE, estatísticas do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), além de dados da circulação de consumidores em estabelecimentos comerciais fornecidos pela plataforma Community Mobility Reports do Google.
- Embora a adoção de estratégias de venda através de canais digitais, como o e-commerce, e de serviços de entrega (delivery) tenha reduzido as perdas de receita por conta das restrições impostas às vendas presenciais, as quedas menos intensas a partir do fim de março podem ser atribuídas a um maior fluxo de consumidores nas ruas - diz José Roberto Tadros, presidente da entidade.
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Colunista Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Colaborou Daniel Giussani (daniel.giussani@zerohora.com.br)
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