A ansiedade é grande no setor de shoppings e nos seus lojistas para uma flexibilização de funcionamento em Porto Alegre a partir da semana que vem. O prefeito Nelson Marchezan Júnior sinalizou, em entrevista ao Bom Dia Rio Grande, de que o decreto deste final de semana pode trazer medidas relativas aos shoppings. No entanto, não deu detalhes. A Associação Brasileira de Shopping Centers (Abrasce) já tentava a autorização para que, ao menos, os centros de compras pudessem operar sistemas de delivery, takeway ou drive-thru a partir dessa metade de maio, considerando que termina o prazo de duas semanas para análise do impacto no cenário da covid-19 da volta da operação de microempresas do varejo de rua.
- Qualquer avanço é muito importante neste momento. Nós estamos nestes dias analisando profundamente o cenário dos locais onde os shoppings permanecem com as restrições fortes de funcionamento. Em Porto Alegre, a cadeia do setor gera 80 mil empregos, sendo 40 mil empregos diretos - disse o presidente da Abrasce, Glauco Humai, em conversa com a coluna nesta sexta-feira (15).
Ainda conforme os dados da entidade, são 16 shoppings em Porto Alegre. Neles, estão 2,5 mil lojistas. Muitos são pequenos comércios que até se enquadram como microempresas, com faturamento de até R$ 360 mil por ano, mas que não tiveram autorização para abrir na Capital por ficarem dentro de shoppings.
Além de reuniões com autoridades de diversos Estados e municípios, Glauco Humai tenta uma conversa com o prefeito de Porto Alegre. Quer apresentar a proposta de reabertura, mesmo que gradual, e apresentar os protocolos organizados pela entidade e que foram detalhados para a coluna ainda no final de abril. Relembre: "Nosso protocolo de reabertura está em linha com China e Alemanha", diz presidente da associação de shoppings do Brasil
Desde os primeiros dias da pandemia, apenas operações essenciais podem abrir nos shoppings de Porto Alegre, como supermercados, clínicas de saúde, postos bancários e farmácias. Com isso, o empreendimento fica aberto apenas para acesso a esses locais. Há uma semana, a coluna teve acesso à pesquisa da Abrasce, que também questionou os empresários se gostariam da reabertura a partir da metade de maio. Deles, 73% do segmento de lojas e serviços disseram que sim, o que é um placar esperado. E então, foram colocadas as opções de atendimento, com os seguintes percentuais de resposta:
Takeaway 61%
Delivery 51%
Drive-thru 39%
A proposta da Abrasce é que a operação dos serviços seja centralizada pelo shopping. Atualmente, alguns lojistas buscam manter as receitas realizando a venda dessa forma, mas tocando isso fora do centro de compras. Com a negativa em Porto Alegre até então, o Iguatemi tentou a autorização pela Justiça, mas não teve sucesso na ação. Há uma discussão de que isso geraria a cobrança de aluguel e talvez abrir não fosse bom para o lojista, o que tem sido refutado pelas fontes da coluna. Os shoppings estão flexibilizando as negociações para pagamento da despesa e tendem a adaptar os valores conforme a receita da operação reduzida também.
Shoppings pelo RS
Por meio de uma portaria da Secretaria Estadual da Saúde, o governo do Estado definiu as regras para a reabertura de shoppings e centros comerciais no Rio Grande do Sul. As normas passam a valer a partir desta quinta-feira (14) para municípios de regiões com bandeiras amarela ou laranja, que indicam riscos baixo ou médio de contágio pelo coronavírus. No entanto, as prefeituras têm poder para manter os estabelecimentos fechados.
Colunista Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Colaborou Daniel Giussani (daniel.giussani@zerohora.com.br)
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