Mais de 540 lojistas de Porto Alegre foram ouvidos pela Associação Brasileira de Shopping Centers (Abrasce) sobre a venda por delivery, takeaway ou drive-thru. A ideia era, a partir do resultado, propor que os sistemas fossem autorizados pela prefeitura de Porto Alegre, usando a própria estrutura do centro de compra. Desde meados de março, apenas as atividades essenciais dos shoppings têm funcionamento permitido em Porto Alegre, dentro das medidas tomadas para conter a pandemia.
A coluna teve acesso à pesquisa da Abrasce, que também questionou os empresários se gostariam da reabertura a partir de 15 de maio, considerando que teriam passado as duas semanas de funcionamento de microempresas na Capital e esse tem sido o tempo falado pelo prefeito Nelson Marchezan Júnior para avaliação do impacto de medidas na evolução da covid-19. Deles, 73% do segmento de lojas e serviços disseram que sim, o que é um placar esperado. E então, foram colocadas as opções de atendimento, com os seguintes percentuais de resposta:
Takeaway 61%
Delivery 51%
Drive-thru 39%
A proposta da entidade é que a operação dos serviços seja centralizada pelo shopping. Atualmente, alguns lojistas buscam manter as receitas realizando a venda dessa forma, mas operacionalizando fora do centro de compras.
Lembrando que o delivery é quando a entrega é feita no endereço fornecido pelo cliente. No takeaway, a pessoa compra e paga na loja, enquanto no drive-thru, há uma espécie de guichê onde o consumidor retira a mercadoria sem, muitas vezes, sair do carro.
O resultado foi encaminhado em um documento da Abrasce, assinado pelo presidente Glauco Humai, ao prefeito Nelson Marchezan Júnior no final dessa sexta-feira (8).
"Neste momento, que ainda exige muita cautela e seriedade, entendemos que esta pode ser a melhor opção para as operações de shopping centers, enquanto os shopping centers estiverem fechados por decreto.", diz trecho da carta.
O documento solicita uma nova reunião. Encontro do início da semana passada entre representantes de shoppings e o prefeito Nelson Marchezan Júnior terminou sem um avanço para os empresários. Uma fonte da coluna disse que o prefeito estava "irredutível" e não havia aceitado instalação de drive-thru nos shoppings da Capital. O sistema para retirada de mercadorias tem sido colocado em centros de compras da Região Metropolitana.
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Alimentação
A pesquisa da Associação Brasileira dos Shopping Centers também ouviu o segmento de alimentação de Porto Alegre e 60% manifestaram a vontade de voltar a funcionar ainda em maio. Além disso, apontaram a seguinte preferência de operação: takeway (73%), delivery (72%) e drive-thru (27%). No entanto, logo que houve o primeiro decreto restringindo o funcionamento de shoppings, os restaurantes estavam autorizados a abrir. Na ocasião, a entidade da categoria empresarial, o Sindicato de Hospedagem e Alimentação de Porto Alegre e Região (Sindha), se manifestou contrário à permissão e pediu que fosse determinado o fechamento também desses locais, o que ocorreu logo depois.
Colunista Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Colaborou Daniel Giussani (daniel.giussani@zerohora.com.br)
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