A taxa de desemprego do Rio Grande do Sul subiu no primeiro trimestre de 2020 para 8,3%, contra 7,1% do fechamento de 2019. Era esperada já uma alta, pois o período costuma trazer o encerramento dos postos de trabalho de final de ano. Em especial, como foi observado no comércio, que contrata para as vendas de Natal. Além disso, já pegou o mês de março, quando se entendeu a gravidade do coronavírus, foi declarada a pandemia e várias atividades econômicas tiveram de parar. Se as demissões ainda não tinham começado no período, a geração de postos de trabalho pisou no freio.
Conforme o IBGE, a estimativa é de que 504 mil gaúchos estavam desempregados no período. Caiu o emprego formal e informal no setor privado, com o fechamento de vagas. Também houve redução no número de empregadores e uma certa estabilidade de trabalhadores por conta própria. Indústria, comércio e alguns segmentos de serviços fecharam postos de trabalho.
Apesar do avanço sobre o final do ano passado, o índice do IBGE do Rio Grande do Sul ficou um pouco acima do primeiro trimestre de 2019, quando estava em 8%. O Estado também teve o quarto menor desemprego do país, atrás Santa Catarina (5,7%), Mato Grosso do Sul (7,6%) e Paraná (7,9%).
O impacto mesmo da pandemia aparecerá nos próximos indicadores. As demissões se intensificaram em abril, quando as empresas entenderam que a pandemia duraria mais do que o previsto inicialmente. Sem caixa e tentando manter o negócio como um todo, em vários casos, a redução do quadro de funcionários foi a saída.
Há ainda o temor de uma avalanche de demissões nos próximos meses. Várias empresas adotaram as medidas provisórias do governo federal para reduzir o desemprego, como a suspensão do contrato de trabalho ou redução de jornada e salário, ambas com complementação da remuneração dos funcionários por parte do poder público. Quando fechar o período do chamado benefício emergencial, sem novas medidas e com a economia retraída, as dispensas tendem a crescer.
Colunista Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Colaborou Daniel Giussani (daniel.giussani@zerohora.com.br)
Siga Giane Guerra no Facebook
Leia aqui outras notícias da colunista