Não é hora de escolher o pão mais branquinho ou a fruta mais madura. Mas como é difícil as pessoas suspenderem por um tempo o hábito de fazer compras demoradas nas lojas, serem rápidas e até adotarem o delivery, que é a entrega em casa, ou o take away, que é apenas a retirada do seu pacote de mercadorias na loja.
Tem aquela coisa de passear pelos corredores, pegar o produto, manusear e, o pior, devolver para a prateleira depois para ser pego por outro consumidor. Esse comportamento é totalmente contraindicado neste momento da pandemia. Um dos grandes desafios do combate ao coronavírus é o longo tempo que ele consegue sobreviver nas superfícies. Depende do local, mas há especialistas que falam em mais de um dia. Então, o seu vizinho infectado passa a mão no nariz, pega aquela lata de ervilha, mas desiste, você vai ali e pega, põe no carrinho ou devolve para a prateleira, coça o olho e pronto. A lata de ervilha é o botão do elevador, tão citado nos alertas do Ministério da Saúde.
Sem falar nos funcionários do supermercado, que estão no grupo de trabalhadores de linha de frente que tanto precisamos neste momento, liderado pelos profissionais da saúde. Os trabalhadores ficam vulneráveis, assim como os filhos e pais deles estarão quando retornarem para casa.
Sou uma entusiasta de vendas de supermercado pela internet e já dei espaços enormes para iniciativas de várias empresas aqui. Nem todas estão atendendo adequadamente os clientes agora, mas espero que acertem o passo logo por respeito aos leitores que confiaram aqui na coluna, entregando o que prometem. Também acho que, assim como o home office, o e-commerce sairá fortalecido dessa pandemia.
Mas também penso que os mercados onde os clientes não se comportam adequadamente para preservar a sua segurança e a dos outros poderiam tomar medidas mais drásticas. Um exemplo é não deixar entrar na loja e entregar os produtos por um guichê na porta. É difícil engajar a clientela, eu sei. Tem a dona do mercado da periferia que fica chocada com o consumidor que vai uma vez ou mais ao dia comprar cigarro e salgadinho. Se cortarem esse passatempo dele, imagina a brabeza. Ou o supermercadista que tentou colocar faixas para evitar aglomeração nas filas e elas foram arrancadas pelos clientes. Cadê o bom senso?
Peço, então, compreensão com o dono do mercadinho que está restringindo o número de pessoas na loja. Ou aquele que está avisando que agora só aceita compras feitas pelo telefone, mas que entregará a feira todinha depois das 17h. E, se onde você compra não estão sendo tomados os cuidados adequados, cobre do empresário. Se não surtir efeito, troque de mercado. Tem bastante gente cuidadosa por aí.
Leia mais aqui: Os cuidados que devem ser observados ao ir ao supermercado
Confira os principais:
- Evitar a ida a locais fechados e com grandes aglomerações
- Fazer compras rapidamente, evitando alta exposição a outras pessoas
- Evitar tocar em diversas embalagens
- Higienizar as mãos com água e sabonete ou álcool gel assim que sair do local
- Cuidar para manter a etiqueta respiratória, tossindo ou espirrando na dobra do cotovelo para evitar contaminar as mãos
- Manter um distanciamento social de cerca de 1m50cm
Colunista Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Colaborou Daniel Giussani (daniel.giussani@zerohora.com.br)
Siga Giane Guerra no Facebook
Leia aqui outras notícias da colunista