Antigo Movimento das Donas de Casa do Rio Grande do Sul, o Movimento Edy Mussoi de Defesa do Consumidor está tentando encampar um boicote à carne, para forçar a redução no preço do alimento. Conforme a organização, participarão 18 entidades do país e que integram o Fórum Nacional das Entidades Civis de Defesa do Consumidor.
No texto do comunicado, estão os percentuais de aumentos registrados em alguns Estados. No caso do Rio Grande do Sul, informa que a carne bovina teve elevação de 20%. A coluna, que começou a alertar há quase um mês de que os reajustes ocorreriam, já verificou aumentos de até 60%, dependendo do corte.
Presidente do movimento, Cláudio Pires Ferreira diz que o boicote é um instrumento que o consumidor tem para regular preços. Ele lembra que, em 1994, foi realizada uma ação semelhante. Na ocasião, houve até o apoio da Associação Gaúcha de Supermercados (AGAS). Ferreira até procurou a entidade setorial para esta mobilização. A AGAS, no entanto, optou por não participar desta vez, argumentando que o aumento ocorre por questões de mercado e que um boicote ao produto não se justifica agora.
A proposta é usar uma a hashtag #boicoteacarne. Ou seja, há a intenção de gerar engajamento em redes sociais.
Iniciada no campo e com impacto nos frigoríficos e nos mercados, a alta de preço é motivada pela redução da oferta de carne, já que as exportações estão batendo recorde. Em especial, para a China, que aumentou também a compra de carne de frango. Há ainda um fator local contribuindo para o aumento de preços, já que as enchentes na região da Campanha dificultaram a retirada do gado do campo.
Há quem diga que o preço pode cair em janeiro, passada a demanda alta das festas de final de ano. Mas também muitos dizem que, com a exportação no patamar atual, não há espaços para reduções significativas.
Colunista Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Colaborou Daniel Giussani (daniel.giussani@zerohora.com.br)
Siga Giane Guerra no Facebook
Leia aqui outras notícias da colunista