Um grupo de trabalhadores ingressou na Justiça com recurso tentando reabrir a Crysalis, empresa que teve a falência decretada. Na ocasião da decisão judicial, a fábrica da empresa em Três Coroas chegou a ser lacrada e 461 funcionários foram dispensados. Pede que a fábrica de calçados seja reaberta e que a empresa volte para a recuperação judicial.
São 69 ex-funcionários que estão sendo representados pelo advogado Angelo Coelho, do escritório Mazzardo & Coelho Advogados Associados e que atuou no caso da empresa Guerra, na Serra. Ele rebate o argumento de que o plano de recuperação judicial não estava sendo cumprido.
- O início do cumprimento do plano de recuperação judicial só pode ser exigido quando ocorre o trânsito em julgado dos recursos. Só que ainda há recursos pendentes - alega Coelho.
A coluna Acerto de Contas teve acesso ao documento. Lista como motivos para a retomada da empresa o fato de a quebra ter sido uma surpresa, de que não foi solicitada por credor, que os salários estavam em dia e que não compete ao Judiciário analisar a viabilidade econômica da empresa.
- O decreto de lacração da empresa contraria o princípio maior da preservação da empresa e os demais fundamentos da lei, como a manutenção da fonte produtora, do emprego dos trabalhadores e dos interesses dos credores - diz o advogado.
O pedido de recuperação judicial da empresa foi ajuizado em 2016, quando a fabricante de calçados alegou dificuldades do mercado. Foi concedida em 2017. Na época, o total de dívidas com credores foi estimado em R$ 52 milhões.
A coluna buscou o contraponto com o administador judicial da falência, o escritório Hahn & Volkart. Disseram, no entanto, que se manifestariam no processo apenas, caso fossem notificados.
Após a publicação desta coluna, a administradora judicial enviou a seguinte manifestação:
"A Administradora Judicial já providenciou no cálculo da rescisão e baixa das carteiras de trabalho de mais de 300 funcionários do total de 408 funcionários efetivamente ativos em 30/06/2018. Os depósitos do FGTS não estavam sendo pagos desde o pedido da Recuperação Judicial em junho/2016, o que dificulta o pedido de Seguro Desemprego. Também não estava sendo pago o INSS desde o pedido de Recuperação Judicial em junho/2016."