Os canais disponibilizados são o principal problema da forma como o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) está implementando o ressarcimento dos aposentados e pensionistas que tiveram descontos ilegais de mensalidades de associações. Nesta terça-feira (13), 9 milhões de beneficiários receberão avisos e, a partir desta quarta-feira (14), terão que dizer se autorizaram ou não os descontos para ser encaminhada a devolução do dinheiro. Isso será pelo Meu INSS, plataforma que pode ser acessada pelo aplicativo, pelo site ou pelo telefone 135. Sabe-se, porém, que muitas pessoas, especialmente idosos, têm dificuldade com estes canais e podem não ter quem as ajude. O vice-presidente, Geraldo Alckmin, até disse que a Caixa Econômica Federal (CEF) poderá colocar suas agências para atendimento presencial, mas isso ainda não foi confirmado.
Outro problema é que o ressarcimento será apenas de descontos feitos de 2020 para cá. A própria operação policial, feita a partir da investigação da Controladoria Geral da União (CGU), considerou desvios já de 2019, sendo que se tem denúncias de anos antes.
Por fim, um terceiro problema é que ainda não está claro de onde vem o dinheiro do ressarcimento. O que se recuperou dos criminosos (cerca de R$ 1 bilhão) não chega perto do estimado de prejuízo (mais de R$ 6 bilhões). Ou seja, se sair dos cofres públicos, será pago com imposto. Perguntado três vezes sobre isso no Gaúcha Atualidade, o presidente novo do INSS, Gilberto Weller Júnior, disse o governo não trabalha com a ideia de que se chegará a 100% do estimado por desvios e que, por isso, está se exigindo essa checagem por parte dos beneficiários. O problema é que, ao complicar e não simplificar o processo, acaba-se prejudicando os aposentados e pensionistas que têm mais dificuldades e são mais vulneráveis, ou seja, os que mais precisariam deste dinheiro de volta.
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Coluna Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Com Isadora Terra (isadora.terra@zerohora.com.br) e Diogo Duarte (diogo.duarte@zerohora.com.br)
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