O processo de regulamentação das apostas online no Brasil está em andamento. Atualmente, a estimativa é de que cerca de 500 sites de apostas estão operando no país. O que está sendo feito agora é a criação de regras, especialmente com pagamentos de impostos para as empresas. Ao que tudo indica, em 2020 o texto será aprovado, e a previsão do Ministério da Economia é de que este mercado irá movimentar R$ 6 bilhões por ano.
Para se ter uma ideia do potencial deste segmento para o futebol, na Inglaterra 26 clubes têm patrocínios de sites de apostas nas camisas, com faturamento de cerca de R$ 1 bilhão. Aqui no Brasil, seis empresas estampam suas marcas em camisas de 11 clubes da Série A, mas com valores ainda reduzidos.
Também existe a possibilidade de ganhos para os clubes com percentuais de apostas, mas especialistas em direito esportivo têm convicção de que estas empresas deverão investir muito em patrocínios das suas marcas nas camisas dos grandes times brasileiros, incluindo Grêmio e Inter. Para saber como está o andamento do projeto, a coluna conversou com o deputado federal Danrlei (PSD-RS), que é relator da Subcomissão de Jogos e Apostas Online da Câmara.
Como está o andamento do trabalho para regulamentar as apostas online no Brasil?
Estamos tratando da regulamentação, porque as apostas esportivas estão liberadas no Brasil. O que falta é regular. Pelo que tenho de dados, o mercado de apostas online vai movimentar mais de R$ 6 bilhões por ano. Do jeito que está, esse dinheiro sai e não fica nada no Brasil em impostos. Não fica um real aqui. A regulamentação é para que empresas sérias venham trabalhar no país. Com sede, trazendo a segurança para todos. Segurança jurídica para a própria empresa e também para os apostadores. Estamos trabalhando muito forte para ficarmos no mesmo nível de regulamentação dos outros países. Queremos que as grandes empresas se instalem aqui.
Existe uma previsão para a votação?
Acho que não será junto com o projeto de clube empresa, porque tem muita coisa para se debater. Temos que ver como será a fiscalização, a contrapartida das empresas para os apostadores compulsivos. Também tem a questão da preocupação com manipulação de resultados, que entra na situação de fiscalização que comentei. Estou trabalhando desde março neste assunto, e queremos que realmente fique bom, então é difícil ficar tudo pronto neste ano. Estamos aprofundando o debate para chegar a um texto que traga segurança para quem quiser investir no país, para quem quiser trabalhar de maneira séria. Essa equação não é fácil. As empresas têm de se comprometer a evitar o vício dos apostadores. Já conversamos com as grandes nomes do mundo neste setor e o governo está vendo a questão da tributação. Então está tudo em andamento, mas uma previsão de desfecho ainda é difícil.
Como os clubes brasileiros poderão faturar com as apostas online?
Já tem alguma coisa de patrocínio de camisa, mas as 30 maiores empresas do setor não estão ainda patrocinando os clubes. Elas estão no Brasil vendendo apostas, mas não estão nas camisas dos clubes. E não estão pela falta de segurança jurídica. A tendência é de que este mercado se intensifique, e que os clubes aumentem o seu faturamento com publicidade.