Ei, psiu, ô da poltrona... Caiu um botão aqui. Chega mais, diz uma coisa: será que é tão difícil assim fazer uma análise transparente, equilibrada, isenta – em uma palavra, “olímpica” – de Lula, de Bolsonaro e de Moro? Distanciar-se da polarização, despir-se de eventuais amores e ódios e, com base apenas nos fatos, tecer ponderações sobre o trio que dilacera e envenena o Brasil? É tão difícil assim?
Não, não é. Os dados estão lançados (e disponíveis nas redes).
Luiz Inácio Lula da Silva nasceu na miséria do sertão, foi para São Paulo num pau de arara, não teve estudos, perdeu um dedo por excesso de trabalho, virou sindicalista. Um sindicalista ressentido, claro. Em 1977, liderou a mais corajosa greve do Brasil desde a de 1917. Fundou e virou dono do PT; fez seu partido votar contra a Constituição de 1988, contra o Plano Real, contra a lei de responsabilidade fiscal. Perdeu as eleições para Collor em 89 e para FHC em 94 e 98. Elegeu-se em 2002. Fez um governo quase que unanimemente elogiado no primeiro mandato, foi criticado no segundo e elegeu a desastrada Dilma para substituí-lo. Viu-se envolvido no escândalo da Petrobras e é preciso ser cego ou tolo para achar que ele não sabia daquilo. Ganhou um tríplex e reformas num sitio. Foi julgado, condenado e preso. Acaba de ser virtualmente absolvido.
Jair Bolsonaro nasceu pobre, mas não na miséria. Entrou no Exército forçado pelo pai, virou militar medíocre e “atleta” medíocre, criticado por seus superiores pelo “excesso de ambição”. Manifestou-se na imprensa pelo aumento dos soldos (o que era proibido), foi preso e se tornou um ressentido. Planejou um atentado terrorista, foi julgado e absolvido num processo espúrio. Reformado do Exército, foi um deputado medíocre por 27 nos, levou os filhos para a política e os ensinou a se locupletarem com rachadinhas. Lançou-se à presidência no vácuo e no rastro do ódio ao PT. Elegeu-se e fez, até agora, um dos mais – se não o mais – desastrosos governos da história do Brasil.
Sergio Moro nasceu numa família de classe média. Formou-se em direito, virou um juiz de carreira mediana, mas combativo. Enredou-se no julgamento do Banestado, foi parar na vara de Curitiba. Disposto a livrar o Brasil da corrupção, virou juiz, acusador e algoz ao mesmo tempo; um superjuíz, acima da lei, abaixo da ética. Sua delação premiada rendeu-lhe o cargo de ministro da Justiça no governo que ajudou a eleger. Em Brasília, foi humilhado e ofendido e saiu de lá escorraçado. Mensagens hackeadas botaram-lhe a pá de cal na toga esfarrapada.
Sabe o que acho? Acho que periga os três irem parar na lata de lixo da história. A diferença é que Lula é lixo orgânico e reciclável. Moro é o cotonete na narina duma tartaruga. O outro é lixo hospitalar tóxico. E tenho dito. Olimpicamente.