A Copa do Mundo original foi esculpida pelo francês Abel Lefleur, em 1929, em ouro 18 quilates com a imagem de Nike, deusa grega da vitória, e pedras semipreciosas encrustadas na base. Pesava quatro quilos e tinha 55 centímetros. Virou taça Jules Rimet em 1946 – em homenagem ao idealista que, inspirado no Barão de Coubertin, criou o campeonato mundial de futebol. Ficou decidido, desde o início, que quem conquistasse três vezes o torneio, ficaria com o troféu para sempre.
Em março de 1966, quando já havia três bicampeões (Uruguai, Itália e Brasil), e a taça tinha passado toda a Segunda Guerra escondida numa caixa de sapatos, o troféu foi roubado na Inglaterra, onde a Copa seria disputada. “Isso jamais aconteceria no Brasil”, disse um dirigente inglês. “Lá, até os ladrões amam futebol”. A Scotland Yard escapou do vexame graças a Pickles, cão da raça collie, que encontrou a taça entre arbustos de um parque.
“A taça do mundo é nossa/com brasileiros, não há quem possa”: composta em 1962, a marchinha virou realidade em 1970, no México, quando o Brasil ganhou seu terceiro título e passou a ser dono do troféu “para sempre”. Mas a eternidade só durou até 1983, quando a taça foi roubada, derretida e fundida por um ex-PM carioca (nossa!) e um joalheiro... argentino (nooooossa!). O Brasil deveria ter sido banido do futebol, mas não só foi perdoado como ganhou duas outras edições do Mundial.
Antes de virar lingote, a taça estivera nas mãos dos uruguaios em 1930 (após uma batalha campal contra seus vizinhos argentinos) e, a seguir, erguida duas vezes consecutivas pelo líder fascista Benito Mussolini, em 1934 e 1938. Nas duas ocasiões, ele enviara um bilhetinho para os jogadores da Itália onde se lia: “Vencire o morrire”. Em 1950, após quatro anos escondida na caixa de sapatos sob a cama de um dirigente italiano, a taça voltou a ser uruguaia, em pleno Maracanã. Em 1954, os alemães ergueram o troféu, no qual, felizmente, Hitler nunca havia tocado (embora assim o quisesse). Em 1958, enfim deu Brasil, que bisou a conquista em 1962, foi bisonho em 1966 e em 1970, em plena ditadura militar, virou dono da taça, que deixaria desaparecer.