No princípio, era a febre. Ancestral, assombrosa, letal: a febre amarela. Julgava-se que estivesse erradicada, mas, de repente, ela voltou. Com tudo. Em seguida, eclodiu a questão da vacina. A picada deveria ser, como havia quem exigisse, "obrigatória, feito o batismo para a Igreja"? Ou tal obrigatoriedade era o fim da picada, "o túmulo da liberdade"? O principal foco do contágio estava aí, mas convém não esquecer de outras moléstias fervilhando no coquetel de enfermidades: a carestia, o desemprego, a iniquidade das submoradias, o poder das gangues controlando os morros, os terrores e rancores da elite, a prepotência corrupta da polícia. O descompasso entre o Brasil real e o Brasil do palácio do governo.
Só podia dar no que deu: intervenção militar.
A Revolta da Vacina
A cidade febril
Difícil imaginar tamanho caos e tão grande subversão da ordem
Eduardo Bueno
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