A mais nova versão de Daniel Alves para escapar da condenação de agressão sexual na Espanha, às vésperas do julgamento iniciado nesta segunda-feira (5), é meio que uma descarada confissão de culpa. Sua última versão dos fatos foca na embriaguez. Não estaria no seu estado normal. Estranho, para dizer o mínimo.
Parece-me óbvio que o ex-jogador da Seleção visa diminuir a pena de nove anos solicitada pelo MP da Espanha. Some-se ao bizarro porre de última hora os R$ 800 mil pagos à Justiça como "atenuante de dano causado", abrindo brecha legal para cumprir tão somente metade da pena.
Novo paradigma
Apesar de considerar suave a sentença que deve ser imputada a Daniel Alves, bem como a oportunidade de "comprar" menos tempo de cadeia, prevista na lei espanhola, sua condenação mandaria um recado: poder e dinheiro não mais abafarão nada. As mulheres podem denunciar abusos sem medo de represália ou de serem tratadas como criminosas em vez de vítimas.
Potenciais agressores pensarão duas vezes, mesmo os que tiverem dinheiro e influência. Lembremos de Robinho, já condenado sem direito a recurso na Itália. Aguardemos a verdade que o julgamento trata.