A ideia de sugerir ao Palácio Piratini a liberação de treinos completos na bandeira laranja, como primeiro passo para sair da liberação de jogo apenas na amarela, tem chance de ir adiante na reunião desta quinta-feira (18) com o Gabinete de Crise do governo do Estado para a covid-19. Há confiança no diálogo, por parte da FGF. Conforme sugeri aqui na coluna, funcionaria como prova de fogo.
Se os jogadores continuarem sadios trabalhando próximos e tendo contato físico, o passo seguinte seria a volta do Gauchão. Do contrário, que se retorne uma casa no tabuleiro da luta contra o vírus, em nome da segurança. Os testes para covid-19 exerceriam o papel de termômetro.
Além do mais, não adianta liberar jogo agora porque o Interior não abriu sua intertemporada. A liberação do treino completo na bandeira laranja seria o ponto de diálogo sem radicalismo entre prefeituras, Governo do Estado e clubes. Todos ficariam felizes. Ninguém estaria sendo incoerente ou cedendo a pressões.
Quando a bandeira laranja voltar lá em 29 de junho, na próxima avaliação, os clubes da Serra ganhariam o atalho de não ter de gastar tanto tempo na parte física, atenuado o desequilíbrio em relação a Grêmio e Inter. Nem precisa mexer no 19 de julho como data imaginária de recomeço do Gauchão. Pode-se ajustá-la para uma semana depois (26 de julho) ou esticar até a alvorada de agosto.
Caxias, Juventude e Esportivo teriam de esperar um pouco, impedidos que estão pela bandeira vermelha, mas o fariam já sabendo da chance real de voltar ao trabalho sem ressalvas em duas semanas, mordendo o garrão.
Nesse momento deprimido, em que o medo de falência assusta, a liberação dos treinos em sua plenitude já movimentaria times e torcidas, criando marolas no quadro social e na venda de produtos.
A doação de 75 toneladas de alimentos
A Federação Gaúcha de Futebol (FGF) vai distribuir 30 cestas básicas para cada um dos 32 clubes que, somados, compõem a Divisão de Acesso e a Segundona (Série C estadual). Serão 960 cestas ou quase 15 toneladas de alimentos. Os próprios clubes farão a distribuição, para funcionários, jogadores e familiares.
A solidariedade tem de se manter no coração de todos. Ainda mais agora, com a necessidade de restrições na atividade econômica em razão do crescimento dos casos de covid-19 em todo o Rio Grande do Sul.