Após um primeiro tempo sonolento e quase dormente, o Inter venceu o Atlético-MG na despedida de 2019, em casa, em sua primeira virada no ano. Fez 2 a 1, gols de Guerrero e Víctor Cuesta.
Zé Ricardo cometeu alguns erros, como tirar Sarrafiore na segunda etapa, em nome de Sobis. Apático no primeiro tempo, o argentino tinha voltando bem melhor. Enquanto isso, um inoperante Neilton ficou, saindo depois para a entrada de Wellington Silva.
Mas, por dever de justiça, deve-se dizer. Uma mexida transformou o time, para furar a retranca do Atlético-MG, que só se defendeu ao retornar só intervalo. Nonato ingressou, saindo Heitor, passando Edenilson para a lateral. Foi uma transformação.
A qualidade no passe de Nonato deu menos chance de contra-ataque ao Galo. O Inter passou a pressionar não apenas com bola aérea, como até então, mas com bola no chão. Virou o jogo por isso. O gol de cabeça de Cuesta surge de falta cobrada por D'Alessandro, que jogou muito novamente, mas a infração nasce de uma troca curta de passe.
E o que é Nonato senão um jogador com o DNA Eduardo Coudet? O técnico argentino quer meio-campistas, que saibam defender, é claro, mas participativos na outra parte do jogo, que é a transição na busca do gol. E Nonato é a síntese disso. Ele acelera. Tem o passe para frente. Nonato colocou Guerrero na partida, por exemplo, observando a sua flutuação por trás dos volantes.
Sétimo lugar e pré-Libertadores é pouco para o tamanho do Inter, mas a saúde financeira colorada melhorou e sinaliza um ano de 2020 que pode ser muito melhor, com melhores reforços e olhar cuidadoso para a base. A esperança é grande pelo tamanho do passo que Coudet representa: uma ruptura de conceito, mais ofensiva e corajosa. E, para tanto, quer jogadores do estilo de Nonato.