
Grêmio e Santos farão um jogo cercado de intolerância neste domingo, na Arena. Não de jogadores e comissão técnica, mas do entorno que os envolve.
Uma organizada do Santos invadiu sala de imprensa da Vila Belmiro após o empate com o CRB, pela Copa do Brasil. Aos gritos de "se não for por amor, será no terror", buscavam acesso aos vestiários.
Em 14 de abril, a maior torcida do Grêmio publicou um post, com retratos de um e outro:
"Fora Quinteros" e "Fora Pavón".
Dois dias depois, Quinteros caiu. Não por isso, bem entendido. Saiu por que o trabalho não aconteceu.

De modo geral, quando aceitam diálogo com organizadas, dirigentes contribuem para esse ambiente. Idem para quando se aliam a elas em busca de apoio político eleitoral, alimentando quem depois se voltará contra.
Fanatismo
Mas e a nossa parcela de culpa?
O novo ecossistema da comunicação agora abriga vários jornalistas identificados que, na busca por engajamento e sem controle, apelam para o fanatismo teatral.
Não são todos, é preciso ressaltar. Mas eles estão aí.
Opinar pela saída deste ou daquele do time é diferente de insinuar ameaças se fulano ou beltrano fardar. Na selva das visualizações, o tom vai sempre subindo, numa escalada de ódio infinito que chega ao estádio.
Só pode haver um vencedor, mas tanto Santos quanto Grêmio habitam o Z-4.
Que o domingo termine em paz na Arena.