Muitas pessoas perguntam como um colegiado tão importante como o Ministério Público está debruçado sobre gestão futebolística, no caso das contas coloradas de 2015 e 2016.
O entendimento médio relaciona o MP com corrupção muito mais grave, na esfera pública — a Lava-Jato, por exemplo. Fui buscar socorro com o Cláudio Brito, colorado, ex-conselheiro do Inter e especialista no tema.
Qualquer entidade ou pessoa pode bater à porta de um procurador, e ele terá de atendê-la. Talvez oriente acerca dos elementos necessários, quem sabe dê encaminhamento a uma especializada, mas não pode apenas se recusar por não ser sua área.
Além do mais, há dinheiro público envolvido – mesmo que clube de futebol seja uma organização privada. Não faz tanto tempo que o Governo Federal refinanciou dívidas fiscais à rodo nas Séries A e B, só para começar.
Foi o próprio Inter – cujo Conselho sempre contou com procuradores relevantes em suas rotinas – que acionou o MP, com base nas conclusões de uma auditoria.
À medida que o trabalho avança, novas frentes se abrem. Conforme evoluir a investigação, pode-se estar abrindo uma porta no caminho da transparência. E se a moda pegar em São Paulo, onde as receitas são maiores?
Aguardemos, sem culpar ninguém antes do tempo.