O ex-jogador Alexandre Bueno, que uns chamavam de "Tubarão", outros de "Jacaré", morreu nesta segunda-feira (6). Foi meia-esquerda do Grêmio nos anos 1970. Chegou em 1975, mas se efetivou como titular em 1976. Naquele ano, o clube foi às compras. Saneado financeiramente pelo trabalho do ex-presidente Luiz Carvalho, o clube abriu os cofres na tentativa desesperada de interromper a série de conquistas do supertime do Inter, que tinha Manga, Figueroa, Lula e Valdomiro, entre outros.
Em 1976, o Grêmio trouxe o goleiro argentino Cejas, que jogara no Santos de Pelé, o centroavante Alcino, apelidado de "Estrela de Belém", um negro de dois metros de altura, o ponta-esquerda Ortiz, um argentino que seria campeão do mundo em 1978, e que aplicava dribles de palmo e meio de largura, e Alexandre Bueno.
Alexandre era muito, muito técnico. Especialista em "janelinhas", dominava a bola como se tivesse nascido com ela grudada ao pé. Mas era lento. Aliás, o meio-campo formado pelo Grêmio possuía exatamente essas características: Jerônimo, "o herói do sertão", Neca, um dos maiores cabeceadores do futebol brasileiro, e Alexandre, eram técnicos e lentos. O Inter, com Caçapava, Falcão e Carpegianni, passava por cima.
Aquele meio-campo, de certa forma, se equivale ao do meio do Grêmio de hoje, que tem Maicon e Jean Pyerre, técnicos e lentos.
Alexandre saiu do Grêmio em 1977. Jogou ainda em grandes times paulistas, como Santos, São Paulo e Guarani, e, depois de aposentado, tornou-se empresário de jogadores.