Rivellino era melhor do que Neymar. Muito melhor. Zico também. Ronaldo e Romário idem. E Ronaldinho era muito, muito, muito melhor do que Neymar. Ronaldinho só não era melhor do que Pelé e Garrincha. Que eram melhores do que os argentinos Maradona, Messi e Di Stéfano.
O Brasil nunca perdeu um jogo com Pelé e Garrincha juntos, e eles jogaram 50 jogos juntos. Há duplas invencíveis. Lennon & McCartney. Melhores do que Mick Jagger e Keith Richards. Quem é melhor: Chico ou Caetano?
Comida salgada ou doce? Uma vez, minha avó, dona Dina, me perguntou:
– Se te botassem na frente um prato de doce e um de salgado, o que tu preferia?
Respondi de pronto:
– O salgado.
E ela, também de pronto:
– Então tu é um bêbado.
E continuou a cozinhar.
Não sou um bêbado, mas bebo bem. Meu amigo Eduardo Delgado, que também bebe bem, nunca come doce. Nunca. Faz mais de 40 anos que ele não come um doce. O último doce que ele comeu foi um Chicabon, quando tinha 12 anos de idade.
Chicabon, que, aliás, era o melhor picolé dos anos 1970. O melhor sorvete era o Napolitano. Hoje tem uns bem melhores. Mas, das sobremesas, a melhor é o crème brûlée, desde que seja feito com maçarico.
Mesmo assim, não considero a cozinha francesa a melhor. A melhor é a italiana. Se você está em algum lugar do mundo, qualquer lugar do mundo, e está com medo da culinária local, refugie-se em um restaurante italiano. Não tem erro.
A cozinha italiana é o Pelé, a francesa é o Garrincha. A espanhola, a portuguesa e a japonesa são Zico, Rivellino e Romário. A brasileira é o Ronaldinho. A alemã é o Ronaldo. A cozinha inglesa era lateral-esquerdo reserva do Íbis.
Os melhores filmes de terror são três: O Exorcista, O Iluminado e O Bebê de Rosemary. Mas não assisto a filmes de terror. Tenho medo. O PG, que é intimorato, assiste e gosta.
Risos, amigos e chopes. Não há nada que possa ser melhor.
O melhor filme de todos os tempos já elegi: O Poderoso Chefão. O livro não era tão bom. Não conseguiria escolher o melhor de todos os livros, mas o melhor escritor brasileiro foi Rubem Braga, melhor até que Machado (desculpa, professor Fischer). Contistas? João Antônio e Sergio Faraco são o feijão com arroz, o queijo e a goiabada, o Kannemann e Geromel do conto. Ambos se consagraram, também, como jogadores de sinuca. Ouvi falar que o maior jogador de sinuca de todos os tempos foi o Carne Frita, mas não sei, nunca vi o Carne Frita jogar. Foi, Faraco?
A Gisele Bündchen, que é considerada a mulher mais linda do mundo, diz que a mulher mais linda do Brasil é a Carolina Dieckmann. Às vezes, acho que ela tem razão, mas aí penso na Alinne Moraes e nas categorias de base: a Bruna Marquezine e a Marina Ruy Barbosa, que é tetraneta do velho Ruy Barbosa, a Águia de Haia, que uns diziam que era o melhor orador do Brasil e outros diziam que era o orador mais chato do Brasil. Vá saber, não ouvi os discursos de Ruy, ouvi os de Brizola, Collor, Lula, Tancredo, Ulysses, Jânio, Simon, Brossard, Bisol, Maluf e até de Prestes, todos bons de oratória. O melhor? Difícil. Brizola.
Dos governos do Brasil, o melhor, embora tenha sido um dos mais breves, foi o de Itamar Franco. O Brasil era melhor naquele tempo. Era mais leve. Leveza a gente exercita com risos, amigos e chopes. O que me faz parar e repetir: risos, amigos e chopes. Não há nada que possa ser melhor.