Dois dos maiores gênios da humanidade, Isaac Newton e Immanuel Kant, morreram virgens como noviças. Nunca tiveram mulher, nem namorada, nem ficantes. Não duvido de que tenham sido, a vida inteira, o que os adolescentes hoje definem como BV – Boca Virgem. Sem essas distrações mundanas, eles mudaram o mundo. Talvez porque tivessem mais tempo para estudar e pensar.
A dor que ora sentimos, nós, brasileiros, é positiva: é ela que está nos levando à mudança.
Dos dois, sinto mais simpatia por Kant, que era um homem mais pacífico. Newton era um ressentido. Não conheceu o pai, que morreu antes de seu nascimento, e não gostava daquele que, mais tarde, se casaria com sua mãe. Com dois anos de idade, foi deixado com a avó, que o criou. Durante a infância, planejava incendiar a casa da mãe, com ela e o padrasto dentro. Só se arrependeu desses pensamentos pouco filiais aos 19 anos de idade.
Era um aluno medíocre, desatento e preguiçoso. Até que, um dia, brigou com um menino que era considerado o mais inteligente da escola. Newton surrou o garoto e o humilhou, esfregando sua cara contra a parede. Não satisfeito, jurou que mostraria que era mais inteligente do que ele. A partir daí, passou a estudar sem cessar. E, de fato, se tornou o melhor aluno do colégio e um pouco mais do que isso.
Uma vez, Newton foi ler um livro de matemática e não entendeu lhufas do que estava escrito. Prometeu que iria se aprofundar no assunto até que o livro parecesse um gibi da Mônica. Foi o que fez, e assim se transformou em um dos maiores matemáticos da história humana.
Ele era um tipo estranho. Um dia, cismou em descobrir onde ficava o osso por trás do olho. Para tanto, enfiou uma agulha no próprio globo ocular! Teve sorte: nada lhe aconteceu. Mas não tente fazer isso em casa: você não é Newton.
Às vezes, Newton despertava pela manhã, sentava-se na cama e lá permanecia até a tarde, pensando na solução de algum problema físico ou matemático. Aquela história da maçã que fez com que ele descobrisse a lei da gravidade é verdadeira, mas não muito: a maçã não caiu em sua cabeça enquanto ele descansava embaixo da árvore, Newton não era de muito descanso. Ele apenas viu uma maçã cair e começou a pensar na gravidade por causa da cena.
Como você pode perceber, Newton era mesmo um sujeito que dificilmente agradaria às mulheres. Mas ele desvendou grandes enigmas da física, da filosofia, da matemática e da vida. Além da lei da gravidade, que explica todo o funcionamento do universo, há outras três leis físicas que levam o seu nome e que explicam muito de nós mesmos.
Por exemplo, a primeira delas: a lei da inércia. "A tendência dos corpos, quando nenhuma força é exercida sobre eles, é de permanecer em seu estado natural, ou seja, repouso ou movimento retilíneo e uniforme."
Essa lei rege a sua própria vida, querido leitor: em resumo, se você está bem, você não fará nada para mudar. Continuará em repouso ou em movimento retilíneo e uniforme.
O que faz com que as coisas se transformem?
A dor.
A dor é o alarme de que algo está errado. Você sente dor e toma alguma providência. Faz alguma coisa a respeito. Reage. Muda.
Vou escrever mais a respeito, mas adianto que a dor que ora sentimos, nós, brasileiros, é positiva: é ela que está nos levando à mudança. E o Brasil já mudou. Digo mais: essa mudança nos empurrará para o melhor momento da nossa história. Não graças à atuação de qualquer líder, de qualquer político, de qualquer grupo. Não porque Bolsonaro se elegeu ou porque o PT faliu.
Foi graças à dor.
A nossa dor ainda nos faz sofrer. Mas nos tornará melhores do que jamais fomos.