Cláudia Laitano
Não me espanta que as pessoas ainda se interessem por ...E o Vento Levou. O que me surpreende é que Olivia de Havilland, aos 103 anos, ainda esteja viva para acompanhar a mais nova controvérsia em torno do filme. Em meio à onda de protestos que se instalou nos EUA depois da morte de George Floyd, a plataforma de streaming HBO Max decidiu retirar o filme do seu catálogo por tempo indeterminado. A medida foi anunciada um dia depois da publicação no Los Angeles Times de um artigo do escritor John Ridley, roteirista do filme 12 Anos de Escravidão, acusando a superprodução de adocicar a escravidão: "Como cineasta, entendo que os filmes costumam ser instantâneos de momentos da História. Eles refletem não apenas as atitudes e opiniões dos envolvidos em sua criação, mas também as da cultura predominante. Como tal, mesmo os filmes mais bem-intencionados podem ficar aquém na forma como representam comunidades marginalizadas. ...E o Vento Levou, no entanto, é uma questão à parte. Não é apenas 'aquém' em relação à representação histórica. É um filme que glorifica o sul que antecedeu a guerra civil. E quando não ignora os horrores da escravidão, perpetua alguns dos estereótipos mais dolorosos sobre pessoas de cor".
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