Não orientamos profissionais a produzirem reportagens para ganhar prêmios, mas vibramos quando as premiações mais tradicionais do Estado e do país valorizam a qualidade do trabalho feito pelos jornalistas do Grupo RBS.
Foi o que aconteceu na manhã de quarta-feira (18), quando repórteres, fotógrafos, cinegrafistas, diagramadores, designers, ilustradores e colunistas subiram ao palco do auditório do Senac, em Porto Alegre, 28 vezes para receber distinções na 61ª edição do Prêmio ARI/Banrisul de Jornalismo promovido pela Associação Riograndense de Imprensa (ARI) – conquistas que se tornam ainda mais relevantes em um Estado com tradição em jornalismo, altos índices de leitura e audiência e público exigente.
Os troféus da ARI refletem um ano de integração e prêmios regionais, nacionais e internacionais. Em Zero Hora, nossos profissionais obtiveram um total de 48 distinções. Entre os trabalhos destacados em diferentes premiações, há reportagens que transformaram realidades, impactaram comunidades, deram visibilidade para dramas silenciosos – como "As vozes da esquizofrenia", da repórter Larissa Roso, que contou a rotina de uma família de classe média que convive com um paciente diagnosticado com esquizofrenia há mais de três décadas.
A propósito dessa reportagem, peço licença para contar um bastidor que revela como a sensibilidade e o profissionalismo aproximam repórteres e fontes. No dia em que soube que Larissa era finalista do prêmio da ARI, dona Marilia Coelho Cruz, 81 anos, que teve a história do seu filho esquizofrênico e de sua família contada no caderno Vida, postou a seguinte mensagem em uma rede social:
"Parabéns, Larissa. A tua fidelidade e profissionalismo te levaram a este momento. Que Deus continue te abençoando para continuares abrindo espaço para temas tão estigmatizados. Beijos da família Cruz".
Depois, Marilia enviou uma mensagem por WhatsApp:
"Olá, Larissa. Queria saber se posso assistir à premiação".
No dia do evento, dona Marilia estava lá, ao lado de Larissa.
— Quando desci do palco, ela veio me abraçar. Pelo tipo de matéria que faço, frequentemente tratando de assuntos muito íntimos/tristes/difíceis, acabo estabelecendo laços para além da apuração. Mas foi a primeira vez que fui prestigiada, ao vivo, por um personagem. Fiquei emocionada! — conta Larissa.
Concluo esta carta parabenizando todos os jornalistas agraciados em 2019, mas com a convicção reforçada de que tão importante quanto os prêmios é o reconhecimento do público. Larissa levou menção honrosa dos jurados, mas arrematou o grande prêmio concedido por dona Marilia.