O sinal de que a instabilidade se aproxima é expresso por um gesto trivial: Leonardo Coelho Cruz, 53 anos, começa a esfregar as mãos, uma palma contra a outra, como se tentasse aquecê-las. A angústia começa geralmente à noite, quando ele está vendo TV no sofá da sala do apartamento que divide com os pais, no bairro Menino Deus, em Porto Alegre. “Você vai ser infeliz, vai viver sozinho, não vai ter ninguém, vai morrer, seus pais vão morrer”, sussurra a voz em seus ouvidos.
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